Macro Visão Semanal
Informativo eletrônico - Edição 18 Semana: 14/03/2022 a 18/03/2022 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão Semanal. Veja os destaques:

  • Dados da economia brasileira na semana de 14/03 a 18/03
  • Síntese da semana
  • Agenda econômica para a próxima semana: de 21/03 a 25/03


Dados da Economia Brasileira na semana: de 14/03 a 18/03
 

  • Expectativas do mercado (Focus/Banco Central): o relatório Focus, do Banco Central, indicou que o IPCA deverá encerrar o ano de 2022 com alta de 6,45%, aumento de 0,80 p.p. em comparação com o relatório anterior (5,65%), conforme expectativa do mercado. O centro da meta de inflação para 2022 é de 3,50%, podendo variar entre 2,00 e 5,00%. Em relação ao PIB, o relatório apontou leve alta de 0,07 p.p, sendo esperado crescimento de 0,49% da atividade do país em 2022. Na previsão do mercado, a taxa de câmbio deve encerrar o ano em R$/US$ 5,30, ou seja, R$/US$ 0,10 abaixo em relação à previsão anterior. Já a mediana das perspectivas para a taxa Selic teve alta de 0,50 p.p., sendo esperado que encerre o ano em 12,75%.
  • Indicador de Atividade do Comércio (Serasa): o Serasa divulgou o Indicador de Atividade do Comércio, que busca mensurar a dinâmica comercial através do volume de consultas de empresas alocadas na base Serasa Experian. Em fevereiro o indicador apresentou um aumento de 0,43% na comparação com o mês anterior – dados livres de efeito sazonal. Na variação acumulada em 12 meses houve crescimento de 4,65% no setor. A instituição também divulgou Indicador de Demanda das Empresas por Crédito, sinalizando um crescimento de 4,01%, que não foi suficiente para recuperar a redução do mês anterior (janeiro: -5,21%).
  • Índice de Confiança do Empresário Industrial (CNI): o ICEI, divulgado pela CNI, encerrou o mês de março em 55,6 pontos, considerando dados sem influência sazonal. Na comparação com o mês de fevereiro (53,67), o indicador subiu 1,89 pontos no mês de março. Este resultado é de otimismo pelo 21º mês consecutivo. Resultados acima de 50,0 pontos indicam otimismo e abaixo de 50,0 pontos indicam pessimismo.
  • Produção de Motocicletas (ABRACICLO):  a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares divulgou aumento na produção de motocicletas no mês de fevereiro, quando atingiu 107.406 unidades. A variação em relação a fevereiro de 2021, fortemente afetado pela pandemia, foi de 84,5%, quando foram produzidas 58.014 unidades no país. Na variação acumulada em 12 meses, a produção de motocicletas aumentou 45,0%. Já quando se compara a produção de motocicletas no mesmo mês de anos anteriores, o resultado de fevereiro de 2022 é o melhor resultado desde 2015 (110.823).
  • Índice Geral de Preços – 10 (Ibre/FGV):  O     IGP-10 do mês de março apresentou aumento de 1,18%, o que indica desaceleração do ritmo de alta observado nos dois primeiros meses do ano (janeiro: 1,79%; fevereiro: 1,98%). O resultado de março é menor que registrado no mesmo período de 2021, quando o indicador apresentou variação de 2,99%. Todos os componentes do IGP-10 apresentaram aumento no mês. Destaque para o IPA-10, com avanço de 1,44% em março. Já o INCC-10 (+0,34%) e o IPC-10 (+0,47%) tiveram altas menores. Dentre as categorias do IPA-10, os produtos agrícolas avançaram 3,62% no mês de março, acumulando alta de 8,88% no ano e 20,44% em 12 meses, já os produtos industriais tiveram variação positiva de 0,54% no mês de março. No ano a variação acumulada do IPA-10 é de 5,32% e em 12 meses a alta é de 14,66%.
  • Pesquisa Industrial Mensal Regional (IBGE):  segundo IBGE, A Produção Industrial Mensal (PIM) do estado de São Paulo recuou 1,0% em janeiro em relação a dezembro, dado com ajuste sazonal. O indicador apresentou queda em 10 dos 15 estados observados. No Brasil, a PIM reverteu o crescimento do mês anterior (dezembro: +2,9%) e caiu 2,4% em janeiro de 2022, dado com ajuste sazonal
  • Pesquisa Mensal de Serviços (IBGE):  segundo dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o setor de serviços apresentou redução de 0,1% em janeiro na comparação com dezembro - dados dessazonalizados. Os dados observados mostram que no acumulado em 12 meses a PMS registrou alta de 12,2%. Já na comparação de janeiro de 2022 com janeiro de 2021, houve crescimento de 9,4%.
  • Taxa Selic (COPOM – Banco Central):  o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou nesta quarta-feira, 16/03, a taxa básica de juros (Selic) em 1,0 p.p, o que levou a taxa para o patamar de 11,75% a.a. Este é o nono aumento consecutivo, desde março de 2021, quando estava em 2,0%, menor patamar histórico.
  • Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR/ Banco Central):  o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que é uma proxy do PIB mensal, recuou 0,99% no mês de janeiro, após crescimento de 0,32% no mês de dezembro, dados livres de influência sazonal. Este resultado veio bem abaixo da expectativa do mercado, que era de recuo de 0,25% na mediana das projeções (segundo estimativa da Reuters). Já no acumulado do ano de 2022, o IBC-BR tem aumento de 4,73%. 
  • Índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista (FIESP/CNI):  o ICEI-SP fechou o mês de março em 51,7 pontos. Quando comparado com o mês anterior (51,8 pontos), o indicador permaneceu estável. Este é o 12º mês consecutivo de otimismo. No entanto, o pessimismo em relação às condições atuais está maior no mês de março, aos 47,0 pontos frente 47,5 pontos do mês de fevereiro. Desde o mês de agosto de 2021 (54,5 pontos) o empresário industrial paulista não tem a percepção otimista das condições atuais. Quanto às expectativas dos próximos meses, o setor industrial permanece otimista. O componente de expectativas variou de 54,0 para 54,1 pontos entre fevereiro e março. Por estar acima dos 50,0 pontos, há otimismo no setor quanto aos próximos 6 meses pelo décimo segundo mês consecutivo.
  • Expedição de papel ondulado (Empapel): a Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), divulgou a prévia da expedição de papel ondulado do mês de fevereiro de 2022, indicando pequena redução de 0,1% na comparação com o mês anterior nos dados com ajuste sazonal. Em comparação com o mesmo mês de 2022, a expedição de papel ondulado registrou queda de 11,8%. Já no acumulado em 12 meses, a expedição de papel ondulado apresenta crescimento de 1,1%, resultado que vem em constante redução desde o mês de junho de 2021, quando atingiu o pico de crescimento nesta métrica (+11,1%).
  • Taxa de juros americana (Fomc/Federal Reserve): em decisão divulgada quarta-feira (16/03), o Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Banco Central dos EUA) elevou a taxa de juros de referência para 0,25 p.p., considerando o intervalo entre 0,25% e 0,50%. Este é o primeiro aumento desde 2018. É esperado que a taxa de fundos federais seja elevada para pelo menos 1,87% até o final de 2022 e para cerca de 2,75% até o final de 2023.
  • Sondagem Industrial (CNI): Sondagem Industrial nacional, realizada pela CNI, aponta que a produção da indústria brasileira encerrou o mês de fevereiro em 47,9 pontos, aumento de 4,8 pontos em relação ao mês anterior (43,1 pontos em janeiro). Com isso, o indicador continuou indicando contração pelo terceiro mês consecutivo ao encerrar abaixo dos 50,0 pontos. Resultados acima de 50,0 pontos indicam expansão e abaixo deste nível, retração.
  • Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M- Ibre/FGV): a segunda prévia do índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou aumento 0,90% na leitura do mês de março, ante aumento de 1,83% do mês de fevereiro. O IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo - Mercado) aumentou 1,08% no mês de março, desacelerando em relação ao resultado do mês de fevereiro (+2,36%). O IPA representa 60% do IGP, sendo sua variação a principal influência do mês. O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor - Mercado) teve uma variação maior nesta segunda prévia do indicador, com alta de 0,46% em março ante aumento de 0,33% do mês anterior. Por fim, a variação do INCC-M (Índice Nacional da Construção Civil - Mercado) também foi menor que o resultado do mês de fevereiro, com crescimento de 0,27% nesta segunda prévia de março ante alta de 0,48% no mês anterior.
 
  • Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE): Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua - IBGE) referente no trimestre móvel finalizado em janeiro, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2%, o que representou um leve aumento de 0,01 p.p. em relação ao trimestre encerrado em dezembro (11,1%). A pesquisa atual registrou estabilidade na quantidade de pessoas na força de trabalho entre o trimestre encerrado em dezembro e o trimestre encerrado em janeiro. Entre as pessoas ocupadas, houve redução entre os trimestres móveis de dezembro e janeiro de 0,33%. Já a massa de rendimento apresentou aumento de 0,66% no trimestre encerrado em janeiro em comparação com o trimestre encerrado em dezembro.
Síntese da semana:
 
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC- BR), que funciona como uma proxy do PIB mensal, recuou 0,99% no mês de janeiro, após crescimento de 0,32% no mês de dezembro, dados livres de influência sazonal. Este resultado veio bem abaixo da expectativa do mercado, que era de recuo de 0,25% na mediana das projeções (segundo estimativa da Reuters). Embora tenha ficado abaixo das expectativas, este resultado foi coerente com os demais indicadores econômicos divulgados no mês, os quais apresentaram desempenho negativo, com destaque para a queda da produção industrial (-2,4% em janeiro). Já a Produção Industrial Mensal Regional divulgada pelo IBGE indicou que o estado de São Paulo recuou 1,0% em janeiro em relação a dezembro, dado com ajuste sazonal. O indicador apresentou queda em 10 dos 15 estados observados. Ademais, o setor de serviços apresentou uma redução mais moderada do que a produção industrial em janeiro, segundo dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Na comparação com dezembro, a redução foi de 0,1%, considerando dados livres de influência sazonal. 

Em relação ao Índice de Confiança do empresário Industrial (ICEI), a CNI divulgou que o indicador encerrou o mês de março em 55,6 pontos, considerando dados sem influência sazonal. Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista (ICEI-SP), divulgado pela FIESP em conjunto com a CNI, fechou o mês de março em 51,7 pontos. Resultados acima de 50,0 pontos indicam otimismo e abaixo de 50,0 pontos indicam pessimismo. 

Com relação ao mercado de trabalho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua divulgada pelo IBGE, no trimestre móvel finalizado em janeiro, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2%, o que representou um leve aumento de 0,01 p.p. em relação ao trimestre encerrado em dezembro (11,1%).

No que se refere à política monetária, o Copom (Banco Central) anunciou nesta quarta-feira (16/03) aumento da taxa básica de juros (Selic) em 1,0 p.p, para o patamar de 11,75% a.a, de acordo com o que era esperado pelo mercado. Neste contexto, segundo o Relatório Focus do Banco Central, é esperado que a taxa Selic encerre o ano em 12,75%, aumento de 0,50 p.p. em relação ao relatório anterior. Em nota divulgada na quinta-feira (17/03), a FIESP e a FEBRABAN divulgaram a criação de um grupo de trabalho para avaliar as causas dos altos juros praticados no país, bem como para propor medidas para uma redução sustentável. De acordo com os presidentes das entidades: “Os juros são altos no Brasil, mas não por vontade dos bancos. Precisamos parar de criticar e passar a agir, atacando efetivamente as causas que levam a essa situação. Na média, mais de 80% do spread bancário corresponde aos custos das operações de crédito, como inadimplência, impostos e a enorme dificuldade de recuperação de garantias”, diz Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.
“Os altos juros cobrados no Brasil são um problema estrutural que precisa ser encarado de frente e logo. Juros altos são um dos principais entraves para o desenvolvimento da atividade econômica e o progresso social. O alto custo do dinheiro nos faz perder competitividade e desvia boa parte dos recursos que poderíamos usar para investir e gerar riqueza e empregos”, aponta Josué Gomes da Silva, presidente da FIESP.

Ainda na quarta-feira (16/03), o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) também elevou a taxa de juros de referência americana para 0,25% ao ano, diante da aceleração da inflação - que está no patamar mais alto das últimas quatro décadas - e da pressão inflacionária adicional decorrente do agravamento da guerra na Ucrânia. A autoridade monetária americana ainda planeja elevar a taxa básica de juros até pelo menos o nível estabelecido antes da pandemia (1,87%) até o final de 2022. 

 

Agenda Econômica para a próxima semana: 21/03 a 25/03
 

21/03/2022 (Segunda-feira):
•    Banco Central divulga o relatório Focus.

23/03/2022 (Quarta-feira):
•    Banco Central divulga Fluxo Cambial Semanal.

24/03/2022 (Quinta-feira):
•    Markit divulga resultados da Produção Industrial da Zona do Euro, Alemanha e Estados Unidos.

25/03/2022 (Sexta-feira):
•    IBGE divulga a IPCA-15.

Macro Visão é uma publicação da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)
Av. Paulista, 1313 - 13º andar - Cep 01311-923 - Tel.: 11 3549-4570 / 3549-4282

 
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