Macro Visão Semanal
Informativo eletrônico - Edição 24 Semana: 25/04/2022 a 29/04/2022 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão Semanal. Veja os destaques:

  • Dados da economia brasileira e internacional na semana de 25/04 a 29/04
  • Síntese da semana
  • Agenda econômica para a próxima semana: de 02/05 a 06/05


Dados da Economia Brasileira na semana: de 25/04 a 29/04
 

  • Índice de Confiança do Consumidor (Ibre/FGV): o Índice de Confiança do Consumidor encerrou aos 78,6 pontos em abril, crescimento de 3,8 pontos em relação ao mês imediatamente anterior, quando marcou 74,8 pontos, dados com ajuste sazonal. Este dado indica pessimismo dos consumidores no mês (a partir de 100,0 pontos indica otimismo e abaixo, pessimismo). O índice de expectativas cresceu 3,6 pontos no mês de abril, encerrando aos 86,1 pontos. O índice de situação atual também apresentou aumento no mês (+3,8 pontos) ao encerrar em 69,1 pontos. Dessa forma, há indicação de pessimismo tanto para a situação atual quanto para as expectativas.
  • Expectativas do mercado (Focus/Banco Central): a mediana das expectativas do mercado indica que o IPCA de 2022 deve encerrar com alta de 7,65%. O centro da meta de inflação para 2022 é de 3,50%, podendo variar entre 2,00 e 5,00%. Para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o relatório aponta pequena melhora nas expectativas do mercado, sendo esperado um crescimento da atividade do país no ano em 0,65%. Já a expectativa para a taxa de câmbio teve leve redução, de 0,10 p.p., sendo esperado que encerre o ano em R$/US$ 5,00. Por fim, a mediana das perspectivas quanto à taxa SELIC apresentou aumento, sendo esperado que encerre o ano em 13,25%.
  • Balança comercial (Secex): a média diária das exportações do país passou de US$1,37 bilhão no acumulado até a quarta semana de abril de 2021 para US$1,55 bilhão no mesmo período em 2022, aumento de 13,2% entre os meses. No mesmo período, as importações aumentaram 27,5% na comparação da média diária, saindo de US$795 milhões em abril de 2021 para US$1,0 bilhão no mesmo período em 2022. No acumulado até quarta semana do mês de abril, as exportações somaram US$ 21,7 bilhões, aumentando 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior (US$ 20,5 bilhões). O saldo médio diário da balança comercial foi de US$ 572,14 milhões na quarta semana de abril de 2021, diminuindo para US$ 533,14 milhões em média diária no mesmo período de 2022.  O saldo total acumulado até a quarta semana do mês de abril é de US$ 7,46 bilhões, queda de 13,0% em relação ao ano anterior (US$ 8,58 bilhões).
  • Índice de Confiança da Construção (Ibre/FGV): o Índice de Confiança da Construção aumentou 4,8 pontos em abril na comparação com o mês de março, encerrando em 97,7 pontos, na série sem influência sazonal. Por estar abaixo dos 100,0 pontos, o índice continua indicando pessimismo para o setor. O indicador de situação atual encerrou o mês de abril aos 94,4 pontos, um crescimento de 2,4 pontos na comparação ao mês de março (92,0 pontos). Por fim, o indicador de expectativas aumentou 7,1 pontos, passando de 95,6 pontos em março para 101,0 pontos em abril. Valores acima de 100,0 pontos indicam otimismo e abaixo, pessimismo.
  • Sondagem Industrial (CNI/FIESP): a produção do setor industrial do estado de São Paulo recuou no mês de março, encerrando em 49,9 pontos, dado com ajuste sazonal. Leituras acima de 50,0 pontos indicam aumento da produção, enquanto abaixo deste nível, queda. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) do setor industrial reduziu 1,4 p.p. ao variar de 72,2% para 70,8% entre fevereiro e março. O componente do número de empregados encerrou em 51,1 pontos, resultado superior a fevereiro (48,0 pontos), leitura indicando contratações no setor para o mês. Os estoques ficaram abaixo do desejável no mês de março ao encerrar em 48,3 pontos. No primeiro trimestre de 2022, a percepção dos empresários industriais do estado é de satisfação quanto a situação financeira de sua empresa ao encerrar em 55,5 pontos. Já a insatisfação com A Margem de Lucro Operacional está menos acentuada no primeiro trimestre de 2022 em relação ao trimestre anterior (47,5 pontos ante 45,3 pontos do quarto trimestre de 2021). Por fim, quanto ao Acesso ao Crédito, o resultado foi de 43,2 pontos no trimestre, inferior ao trimestre anterior (44,5 pontos), o que indica insatisfação quanto a este quesito.
  • Índice de Confiança da Indústria (Ibre/FGV): o Índice de Confiança da Indústria encerrou em 97,4 pontos em abril, aumento de 2,4 pontos em relação ao mês de março (95,0 pontos), considerando dados sem influência sazonal. Esta foi a primeira variação mensal positiva após sequência de oito quedas consecutivas. Contudo, apesar do melhor desempenho, o setor industrial continua pessimista pelo quarto mês consecutivo. O Índice da Situação Atual encerrou abril aos 98,8 pontos, aumento de 1,4 ponto em relação ao mês de março (97,4). Já o índice de expectativas encerrou abril aos 96,0 pontos, crescimento de 3,2 pontos em relação ao mês anterior (92,8 pontos). O NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) caiu 0,4 ponto percentual, ao variar de 80,2% em março para 79,8% em abril na série sem efeitos sazonais. 
  • Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15 - IBGE): o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 1,73% no mês de abril, valor 0,78 p.p. superior ao IPCA-15 do mês de março (+0,95%). Este resultado veio abaixo da expectativa do mercado para o mês (+1,83%). Dentre as variações apenas dos meses de abril desde 1995, o resultado atual está acima da média para o mês (+0,63%), sendo o maior resultado desde abril de 1995 (+1,95%). A maior influência do mês foi a variação dos preços administrados, que apresentaram alta de 3,23%. Já os preços livres registraram aumento de 1,18%. No acumulado em 12 meses encerrados em abril de 2022, a variação do IPCA-15 foi de 12,03%, o que indica aceleração do indicador em relação ao mês de março (+10,79%). 
  • Índice de Confiança do Comércio (Ibre/FGV): o Índice de Confiança do Comércio (IBRE/FGV) encerrou em 85,9 pontos em abril, redução de 0,9 ponto em relação a fevereiro (86,8 pontos), dados com ajuste sazonal. Dessa forma, o índice continua indicando pessimismo no setor pelo oitavo mês consecutivo. Resultados superiores a 100,0 pontos indicam otimismo e abaixo, pessimismo. Tanto o índice de Situação Atual quanto o de Expectativas ficaram abaixo da linha de otimismo no mês de abril (100 pontos). A Situação Atual encerrou o mês aos 92,9 pontos (+5,3 pontos em relação a março) e as Expectativas do setor do comércio finalizou em 79,6 pontos (-6,8 pontos em comparação ao mês anterior), dados livres do efeito sazonal. Assim, a despeito da melhora na percepção da situação atual, o resultado refletiu a piora das expectativas.
  • Índice de Confiança de Serviços (Ibre/FGV): o Índice de Confiança dos Serviços (IBRE-FGV) subiu 4,0 pontos no mês de abril ao encerrar em 96,2 pontos contra 92,2 pontos de março. Esta é a segunda variação positiva no ano (em março a variação foi de +3,0 pontos), dados dessazonalizados. Valores abaixo de 100,0 pontos indicam pessimismo e acima, otimismo. Todos os componentes do índice subiram no mês, com destaque para o componente da situação atual que registrou aumento de 5,1 pontos (96,0 pontos no mês). O componente de expectativas cresceu 2,9 pontos, ao encerrar em 96,6 pontos ante 93,7 pontos do mês anterior, dados com tratamento sazonal.
  • Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M - Ibre/FGV): o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) aumentou 1,41% em abril, resultado inferior à expectativa do mercado (+1,70%). Na série histórica, a variação de abril de 2022 só fica abaixo da variação de abril de 2021 (+1,51%). Quando analisados os componentes do IGP-M, observa-se que o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo - Mercado) avançou 1,45% no mês de abril ante 2,07% no mês anterior. O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor - Mercado) teve alta de 1,53% em abril, o que indica aceleração em relação a março, quando subiu 0,86% (+0,67 p.p.). Por fim, o INCC-M (Índice Nacional da Construção Civil - Mercado) cresceu 0,87% no mês, resultado superior ao mês de março, quando avançou 0,73%.
  • Índice de Preços ao Produtor (IPP - IBGE): o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo IBGE, avançou 3,13% em março. Este resultado apresenta uma aceleração em relação ao apresentado em fevereiro (+0,54%) e janeiro (+1,20%). Com o resultado apurado, o índice apresentou a maior alta desde março de 2021 (4,63%). No acumulado do ano, a variação do IPP está em 4,93%. Já no acumulado em 12 meses, a variação do índice é de 18,31%, desaceleração em relação ao apurado no mês de fevereiro (+20,02%). Na Indústria de Transformação, o índice apresentou elevação de 2,68% no mês de março, acumulando alta de 3,58% no ano e 19,74% no acumulado em 12 meses. Já nas Indústrias Extrativas, o aumento foi de 10,69% na passagem mensal, encerrando o mês com acumulado de 31,36% no ano e leve redução de -0,03% nos 12 meses finalizados em março de 2022.
  • PNAD Contínua (IBGE): segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua - IBGE) referente ao trimestre móvel finalizado em março, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1%, o que representou leve redução em relação ao trimestre encerrado em fevereiro (11,2%). Esse resultado corresponde a um contingente de 11,9 milhões de desempregados. A pesquisa atual registrou estabilidade na quantidade de pessoas na força de trabalho entre o trimestre encerrado em fevereiro e o trimestre encerrado em março. Entre as pessoas ocupadas, também houve estabilidade entre os trimestres móveis de fevereiro e março. Ao comparar com o resultado do ano anterior (trimestre móvel encerrado em março de 2021), a população ocupada registra crescimento de 9,4% no período. Já a massa de rendimento, segundo a pesquisa, apresentou aumento de 1,5% em relação ao trimestre encerrado em fevereiro.
  • Nível de Emprego Brasil (CAGED): o Brasil abriu 136.189 vagas de emprego formal no mês de março, segundo dados divulgados pelo CAGED. A Indústria Geral registrou criação de 15.260 vagas de emprego no mês. A Indústria de Transformação, por sua vez, apresentou saldo líquido positivo de 12.088 vagas. Dentre os setores da Indústria de Transformação, destaque para os seguintes setores: Couro e Calçados (+4873), Fumo (+4463), Manutenção de Máquinas e equipamentos (+3.729). 
  • Nível de Emprego São Paulo (CAGED): o estado de São Paulo apresentou saldo líquido de 34.010 vagas no mês de fevereiro. Neste mês, a Indústria de Transformação paulista abriu 6.575 vagas de trabalho formal. Os três setores que geraram mais empregos foram: Alimentos (+2.803), Petróleo e Biocombustíveis (1.459) e Couro e Calçados (909). Por outro lado, os setores de Produtos de Metal (-825), Têxtil (-359) e Material Elétrico (-269) apresentaram resultados negativos em março. 
 
Dados da Economia Internacional na semana: de 25/04 a 29/04
 
  • PMI Composto da Zona do Euro (IHS Markit): O PMI Composto para a Zona do Euro encerrou o mês de abril em 55,8 pontos, o que representa um aumento de 0,9 ponto na comparação com o mês de março (54,9 pontos). Este resultado continua indicando expansão no mês. O PMI Indústria encerrou o mês de abril em 55,3, redução de 1,2 ponto em relação ao mês de março (56,5 pontos). O PMI Serviços indica expansão da atividade do setor em abril ao atingir 57,7 pontos, aumento de 2,1 pontos em relação ao mês de março (55,6 pontos). Indicadores acima de 50,0 pontos indicam expansão da atividade.
  • PMI Composto da Alemanha (IHS Markit): O PMI Composto para a Alemanha encerrou o mês de abril em 54,5 pontos, o que representa uma redução de 0,6 ponto na comparação com o mês de março (55,1 pontos). Apesar da redução, este resultado continua indicando expansão no mês. O PMI Indústria encerrou o mês de abril em 54,1, redução de 2,8 pontos em relação ao mês de março (56,9 pontos). O PMI Serviços indica expansão da atividade do setor em abril ao atingir 57,9 pontos, aumento de 1,8 ponto em relação ao mês de março (56,1 pontos). Indicadores acima de 50,0 pontos indicam expansão da atividade.
  • PMI Composto dos Estados Unidos (IHS Markit): O PMI Composto para os Estados Unidos encerrou o mês de abril em 55,1 pontos, o que representa uma diminuição de 2,6 pontos na comparação com o mês de março (57,7 pontos). Apesar da redução, este resultado continua indicando expansão no mês. O PMI Indústria encerrou o mês de abril em 59,7, crescimento de 0,9 ponto em relação ao mês de março (58,8 pontos). O PMI Serviços indica expansão da atividade do setor em abril ao atingir 54,7 pontos, redução de 3,3 pontos em relação ao mês de março (58,0 pontos). Indicadores acima de 50,0 pontos indicam expansão da atividade.
Síntese da semana:
 
A maioria dos indicadores de confiança (Índice de Confiança do Consumidor, da Construção, da Indústria e de Serviços) apresentaram aumento no mês de abril na comparação com o mês anterior. Contudo, apesar desta melhora, tais índices continuam indicando pessimismo, tanto para a situação atual quanto para as expectativas, com exceção do Índice de Confiança da Construção, que, ao encerrar abril em 101,0 pontos, apresentou reversão do indicador de expectativas, o qual passou a indicar otimismo. Diferentemente destes indicadores, o Índice de Confiança do Comércio apresentou redução na variação mensal. Com este resultado, o setor do comércio continua a indicar pessimismo pelo oitavo mês consecutivo. No estado de São Paulo, de acordo com a Sondagem Industrial feita pela FIESP em parceria com a CNI, a produção do setor industrial paulista recuou no mês de março.

Em relação ao setor externo, o saldo comercial na quarta semana de abril, apesar de superavitário, foi inferior ao saldo do mesmo período do ano anterior, tanto quando considerado o saldo médio diário, quanto o saldo total acumulado. Este resultado deveu-se ao maior aumento das importações frente as exportações.  O saldo médio diário da balança comercial foi de US$572,14 milhões na quarta semana de abril de 2021, diminuindo para US$533,14 milhões em média diária no mesmo período de 2022.  Já o saldo total acumulado até a quarta semana do mês de abril foi de US$7,46 bilhões, queda de 13,0% em relação ao ano anterior (US$ 8,58 bilhões).

Os índices de inflação da economia brasileira continuam elevados. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 1,73% em abril, sendo o maior resultado para o mês de abril desde 1995. A maior influência para este resultado recorde foi o aumento dos preços administrados. Além disso, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) apresentou alta de 1,41% no mês de abril. Na série histórica iniciada em 2001, a variação de abril de 2022 fica abaixo apenas da variação de abril de 2021 (+1,51%). Segundo o último relatório Focus, a mediana das expectativas do mercado indica que o IPCA deve encerrar com alta de 7,65% em 2022. Também houve aumento para a expectativa quanto a Selic, que deve fechar 2022 em 13,25%. Ademais, a taxa de desemprego no Brasil seguiu em queda, atingindo 11,1% em março, o que representou leve redução em relação ao trimestre encerrado em fevereiro (11,2%). Esse resultado corresponde a um contingente de 11,9 milhões de desempregados.

Portanto, na economia brasileira, os indicadores de preços continuam indicando uma inflação elevada e persistente, e a taxa de desemprego mantém tendência de queda, ainda que permanecendo num patamar elevado. Ademais, surgem indícios de melhora dos indicadores de confiança dos empresários, embora, como salientado acima, estes continuem indicando pessimismo.

Agenda Econômica para a próxima semana: 02/05 a 06/05
 

02/05/2022 (Segunda-feira):

  • Banco Central divulga o Relatório Focus.
  • Banco Central divulga o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br).
  • Secint divulga a Balança Comercial Mensal. 
  • Markit divulga a PMI Industrial da Alemanha, Zona do Euro e Estados Unidos.
  • HSBC divulga o PMI Industrial do Brasil.

03/05/2022 (Terça-feira):

  • IBGE divulga a Produção Industrial Mensal (PIM).
  • FENABRAVE divulga dados das Vendas de Veículos.

04/05/2022 (Quarta-feira):

  • HSBC divulga o PMI Composto e PMI Serviços do Brasil. 
  • Banco Central divulga o Fluxo Cambial Semanal.
  • Markit divulga o PMI Composto e PMI Serviços da Alemanha, Zona do Euro e Estados Unidos.

06/05/2022 (Sexta-feira):

  • FGV divulga o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI).
  • ANFAVEA divulga a Produção Total de Veículos.
Macro Visão é uma publicação da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)
Av. Paulista, 1313 - 13º andar - Cep 01311-923 - Tel.: 11 3549-4570 / 3549-4282

 
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