Macro Visão Semanal
Informativo eletrônico - Edição 25 Semana: 02/05/2022 a 06/05/2022 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão Semanal. Veja os destaques:

  • Dados da economia brasileira e internacional na semana de 02/05 a 06/05
  • Síntese da semana
  • Agenda econômica para a próxima semana: de 09/05 a 13/05


Dados da Economia Brasileira na semana: de 02/05 a 06/05
 

  • Índice de Atividade Econômica do Banco Central – IBC-BR (Banco Central): O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que é uma proxy do PIB mensal, cresceu 0,34% no mês de fevereiro, após recuo de 0,73% no mês de janeiro, dados livres de influência sazonal. Já no acumulado do ano de 2022, o IBC-BR tem aumento de 4,8%.
 
  • Vendas reais da indústria paulista (FIESP): Levantamento de Conjuntura da Fiesp/Ciesp sinaliza que as vendas reais da indústria de transformação paulista recuaram 1,2% no mês de março na comparação com fevereiro. As horas trabalhadas na produção (-0,3%), informação antecipada pelo componente de produção da Sondagem Industrial divulgada pela FIESP, e o NUCI – Nível de Utilização da Capacidade Instalada (-0,1 p.p.) também apresentaram resultados negativos no mês. A única variável acompanhada na pesquisa com crescimento no mês foi salários reais médios com variação de 0,3% ante o mês anterior. Todos os dados estão com tratamento sazonal. 
 
  • Sensor (FIESP): O Sensor do mês de março encerrou em 48,5 pontos, na série com ajuste sazonal, resultado inferior ao mês de fevereiro quando marcou 50,2 pontos. Leituras abaixo de 50,0 pontos indicam retração da atividade industrial paulista no mês. 
 
  • Expectativas do mercado (Focus/Banco Central): A mediana das expectativas do mercado indica que o IPCA de 2022 deve encerrar com alta de 7,89%, aumento de 0,24 p.p. na comparação com a semana anterior (7,65%). Para o PIB, o relatório aponta pequena melhora nas expectativas do mercado, sendo esperado um crescimento da atividade do país no ano em 0,70%. Já a expectativa para a taxa de câmbio apresentou estabilidade, sendo esperado que encerre o ano em R$/US$ 5,00. Por fim, a mediana das perspectivas quanto à taxa SELIC permaneceu em 13,25% a.a.
 
  • Produção Industrial Mensal (IBGE): A produção do setor industrial subiu 0,3% no mês na comparação com fevereiro, nos dados com ajuste sazonal. A indústria de transformação caiu 0,6% no mês de março, voltando a apresentar desempenho negativo, após alta de 0,6% em fevereiro. Já a indústria extrativa foi destaque positivo ao crescer 0,9% em março. Já no trimestre encerrado em março de 2022 na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a produção industrial cresceu 0,3%, sendo que a indústria de transformação apresentou estabilidade no período (0,0%) e a indústria extrativa, por sua vez, cresceu 1%.
 
  • PMI Indústria do Brasil (HSBC): O PMI da Indústria do Brasil diminuiu 0,8 ponto no mês de abril ao fechar em 51,8 pontos, ante o dado de 52,3 pontos em março. Com este resultado, o PMI do Brasil está positivo pelo segundo mês consecutivo. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês.
 
  • Vendas de veículos automotores nacionais e importados, sem máquinas agrícolas e implementos rodoviários (FENABRAVE): No mês de abril, 272.626 veículos automotores nacionais e importados (exceto máquinas agrícolas e implementos rodoviários) foram vendidos no país. Com ajuste sazonal, este resultado representa um crescimento de 3,2% em relação ao mês de março.
 
  • Taxa básica de juros - Selic (Copom/Banco Central): O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou nesta quarta-feira, 04/05, a taxa básica de juros (Selic) em 1,0 p.p., para o patamar de 12,75% a.a.
 
  • PMI Composto final Brasil (HSBC): O PMI Composto para o Brasil encerrou o mês de abril em 58,8 pontos, o que representa um aumento de 2,2 pontos na comparação com o mês de março (56,6 pontos). O PMI Serviços sinaliza expansão da atividade do setor no mês de abril ao atingir 60,6 pontos, o que denota aumento de 2,5 pontos em relação ao mês de fevereiro (58,1 pontos). Resultados acima de 50 pontos representam expansão das atividades.
 
  • Balança comercial (Secex): a média diária das exportações do país passou de US$1,32 bilhão em abril de 2021 para US$1,52 bilhão no mesmo período em 2022, aumento de 14,9% entre os meses. No mesmo período, as importações aumentaram 35,4% na comparação da média diária, saindo de US$807 milhões em abril de 2021 para US$1,1 bilhão no mesmo período em 2022. No acumulado do mês de abril, as exportações somaram US$28,9 bilhões, aumentando 9,1% em relação ao mesmo período do ano anterior (US$26,5 bilhões). Já o volume total das importações aumentou 28,7% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, passando de US$8,1 bilhões em 2021 para o valor total de US$10,3 bilhões em 2022.  O saldo total acumulado do mês de abril é de US$8,14 bilhões, queda de 21,3% em relação a abril do ano anterior (US$10,35 bilhões).
 
  • Expedição de papel ondulado (Empapel): A Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel) divulgou o resultado da expedição de papel ondulado para o mês de março de 2022, apontando uma redução de 0,5% na comparação com o mês fevereiro, considerando os dados sem influência sazonal. Este é o terceiro recuo consecutivo do indicador.
 
  • Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) (Ibre/FGV): O indicador mostrou variação positiva no mês de abril de 0,41%, desacelerando frente ao resultado de março (2,37%) e ficando abaixo da expectativa do mercado, que era de aumento de 0,68%.

Dados da Economia Internacional na semana: de 02/05 a 06/05
 
  • PMI Indústria da Zona do Euro (IHS Markit): O PMI da Indústria da Zona do Euro recuou 1,0 ponto no mês de abril ao fechar em 55,5 pontos, atingindo o menor nível em 15 meses e recuando ante o dado de 56,5 pontos em março. Com este resultado, o PMI da Zona do Euro está positivo pelo 22° mês consecutivo, mas indicando um crescimento menor da atividade em comparação com os meses entre março e agosto de 2021 quando apresentou resultados superiores a 60,0 pontos. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês.
 
  • PMI Indústria da Alemanha (IHS Markit): O PMI da Indústria da Alemanha recuou 2,3 pontos no mês de abril ao fechar em 54,6 pontos, atingindo o menor nível em 20 meses e recuando ante o dado de 56,9 pontos em março. Com este resultado, o PMI da Alemanha está positivo pelo 22° mês consecutivo. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês.
 
  • PMI Indústria dos Estados Unidos (IHS Markit): O PMI da Indústria dos Estados Unidos aumentou 0,9 ponto no mês de abril ao fechar em 59,7 pontos, atingindo o maior nível em 8 meses e avançando ante o dado de 58,8 pontos em março. Com este resultado, o PMI dos Estados Unidos está positivo pelo 22° mês consecutivo. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês.
 
  • PMI Indústria da China (IHS Markit): O PMI da Indústria da China caiu 2,1 pontos no mês de abril ao fechar em 46,0 pontos, atingindo o menor nível desde fevereiro de 2020, quando foi de 40,3 pontos. Com este resultado, o PMI da China sinaliza retração da indústria pelo segundo mês consecutivo, refletindo os efeitos da retomada de medidas de restrição contra o coronavírus. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês e abaixo, retração.
 
  • PMI Composto final Zona do Euro (IHS Markit): O PMI Composto final para a Zona do Euro encerrou o mês de abril em 55,8 pontos, o que representa um aumento de 0,9 ponto na comparação com o mês de março (54,9 pontos). O PMI Serviços final sinalizou expansão da atividade do setor em abril ao atingir 57,7 pontos, aumento de 2,1 pontos em relação ao mês de março (55,6 pontos). Indicadores acima de 50,0 pontos representam expansão da atividade.
 
  • PMI Composto final (Alemanha): O PMI Composto final para a Alemanha encerrou o mês de abril em 54,3 pontos, o que representa uma redução de 0,6 ponto na comparação com o mês de março (55,1 pontos).  O PMI Serviços sinaliza expansão da atividade do setor em abril ao atingir 56,6 pontos, aumento de 1,5 ponto em relação ao mês de março (56,1 pontos). Indicadores acima de 50,0 pontos indicam expansão da atividade.
 
  • Meta da taxa de juros Estados Unidos (Federal Reserve): Em decisão divulgada ontem (04/05), o Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Banco Central dos EUA) elevou a taxa de juros de referência em 0,50 p.p., considerando o intervalo entre 0,75% e 1,0%.
     
Síntese da semana:
 
Segundo relatório Focus, do Banco Central, houve uma leve melhora nas expectativas do mercado para o PIB, sinalizando um crescimento da atividade do país no ano em 0,70%. Ademais, o IBC-Br, indicador que é uma proxy do PIB mensal, cresceu 0,34% no mês de fevereiro, após recuo de 0,73% no mês de janeiro, dados livres de influência sazonal. Este resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que era de aumento de 0,40% na mediana das projeções. 

No que tange a produção industrial, houve um aumento de 0,3% entre fevereiro e março, sem efeitos sazonais. Frente a março de 2021, houve recuo de 2,1%. O crescimento veio acima da expectativa do mercado (+0,1%). O resultado de março foi puxado pela indústria extrativa (+0,9%), dado que a indústria de transformação contribuiu negativamente (-0,6%). O nível da produção industrial está 2,1% abaixo do momento pré-pandemia (fevereiro de 2020). Para os próximos meses, a FIESP mantém a expectativa de baixo dinamismo da atividade industrial. Esse quadro será resultado do forte aperto monetário implementado pelo Banco Central e dos custos elevados de produção que ainda pressionam a indústria. A guerra na Ucrânia adicionou pressão adicional sobre os custos de produção, e adiou a normalização das cadeias globais de insumos. Além disso, com o retorno da Covid e dos lockdowns na China, eleva-se o risco de uma maior postergação na normalização das cadeias de suprimentos.

A mediana das expectativas para o IPCA de 2022, segundo relatório Focus, sugere que o indicador deve encerrar com alta de 7,89%, aumento de 0,24 p.p. na comparação com a semana anterior (7,65%).  Mesmo que o IGP-DI tenha ficado em 0,41%, abaixo da expectativa do mercado (+0,68%), o nível de preços segue pressionado. Esse foi um dos fatores que o Copom utilizou para justificar o aumento, nesta quarta-feira (04/05), da taxa básica de juros (Selic) em 1,0 p.p., para o patamar de 12,75% a.a. No comunicado sobre a decisão, a entidade monetária sinalizou para a continuidade do aperto monetário em junho, ressaltando que os impactos da política monetária são defasados. Segundo o Copom, a decisão foi embasada na persistência do cenário de incerteza e do risco de desancoragem das expectativas de longo prazo. Por fim, no comunicado, fica expresso que a política monetária avança em território contracionista, com ritmo a ser controlado pela evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

Cabe ressaltar que o efeito do aumento da taxa de juros sobre a indústria de transformação é mais expressivo do que para a economia como um todo, em particular, o setor de serviços. A partir de um modelo econométrico, a FIESP estima que um aumento de 1,0 p.p da taxa real de juros tem impacto sobre o PIB da indústria de transformação superior a 50% ao que ocorre no PIB total. 

Em relação ao setor externo, a média diária das exportações do país aumentou em ritmo inferior as importações em abril de 2022 se comparado a abril de 2021. Mesmo assim, o saldo total acumulado manteve um valor expressivo em US$8,14 bilhões, puxado pelo aumento das cotações internacionais das commodities.

Portanto, as expectativas apontam para uma inflação elevada, baixo crescimento e aperto monetário. Para a indústria, mesmo com crescimento em março, a FIESP projeta baixo dinamismo. Em contrapartida, o saldo comercial segue em patamar expressivo, devido ao aumento no preço das commodities internacionais. 

 

Agenda Econômica para a próxima semana: 02/05 a 06/05
 

09/05/2022 (Segunda-feira):

  • CNI divulga Indicadores Industriais.
  • Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (SECINT) divulga Balança Comercial Semanal.

10/05/2022 (Terça-feira):

  • FGV divulga primeira prévia do IGP-M.
  • IBGE divulga Pesquisa Mensal de Comércio (PMC)

11/05/2022 (Quarta-feira):

  • IBGE divulga IPCA de abril.
  • CNI divulga Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI)

12/05/2022 (Quinta-feira):

  • IBGE divulga Pesquisa Mensal de Serviços (PMS)

13/05/2022 (Sexta-feira):

  • Eurostat divulga produção industrial da Zona do Euro.
Macro Visão é uma publicação da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)
Av. Paulista, 1313 - 13º andar - Cep 01311-923 - Tel.: 11 3549-4570 / 3549-4282

 
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