Informativo eletrônico - Edição 2251Quarta-Feira, 27 de setembro de 2017

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Você está recebendo o Macro Visão. Veja os destaques desta edição:

Economia Brasileira

  • BCB: Déficit das Transações Correntes dos últimos doze meses mantém trajetória de queda
  • FGV: Confiança do comércio cresce expressivamente em setembro
  • IBGE: Índice de Preços ao Produtor volta a crescer em agosto
Economia Internacional
  • EUA: Confiança do consumidor apresenta queda em setembro

Dados da Economia Brasileira





BCB: Déficit das Transações Correntes dos últimos doze meses mantém trajetória de queda

O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou ontem (27/09) a Nota do Setor Externo com os dados do Balanço de Pagamentos referente ao mês de agosto. Devido à queda nas despesas vis-à-vis o mês de julho, o saldo das Transações Correntes no mês foi de déficit de US$ 302,4 milhões - bem abaixo do saldo de US$ -3,4 bilhões registrado no mês anterior. O resultado também ficou abaixo do registrado em agosto de 2016, quando o saldo de Transações Correntes teve um déficit de US$ 646,9 milhões.

Com isso, o saldo acumulado no ano de 2017 atinge US$ -3,0 bilhões, ante US$ -13,1 bilhões registrados para o mesmo período de 2016. O déficit acumulado nos últimos doze meses também continuou caindo (pela sétima leitura mensal consecutiva), com o saldo passando para - US$ 13,4 bilhões, o equivalente a 0,68% do PIB. Nesta mesma base de comparação, o déficit era de US$ 25,8 bilhões em agosto de 2016, ou seja, 1,44% do produto interno bruto brasileiro.



Na abertura entre as três contas componentes das Transações Correntes, o destaque vai para a Balança Comercial, que consolidou seu 30º mês seguido de saldo positivo (superávit de US$ 5,3 bilhões, ante US$ 6,1 bilhões de julho). Em relação ao saldo acumulado nos últimos doze meses, o superávit de agosto chegou a US$ 60,7 bilhões; no mesmo mês de 2016, o resultado era de US$ 42,0 bilhões. Para a Conta de Serviços, o mês de agosto registrou um déficit de US$ 2,9 bilhões, com saldo acumulado em doze meses de US$ -32,6 bilhões. Em 2016, o saldo acumulado em 12 meses para o mesmo mês era de US$ -29,9 bilhões. Por último, a Conta Renda, com déficit de US$ 2,9 bilhões em agosto, acumulou em doze meses déficit de US$ 41,6 bilhões neste mês, ante um déficit de US$ 37,9 bilhões em igual período do ano passado.



Na abertura para a Balança Comercial, o aumento das Exportações, que somaram US$ 19,4 bilhões em agosto ante US$ 18,7 bilhões em julho, não foi suficiente para compensar o aumento das Importações (de US$ 12, 7 bilhões para US$ 14,1 bi na passagem mensal). Assim, o mês de agosto fecha com um menor saldo superavitário (US$ 5,3 bilhões) em relação ao mês anterior (US$ 6,1 bilhões). No acumulado em 12 meses, o resultado é de US$ 60,7 bilhões, ante superávit de US$ 59,3 bilhões registrado para julho. Em agosto de 2016, o superávit foi de US$ 42,0 bilhões.



Quanto à abertura da Conta de Serviços, o mês de agosto registrou diminuição do déficit em relação a julho, devido principalmente à desaceleração das despesas com Viagens Internacionais (de US$ -1,4 bilhões para US$ -1,2 bilhões na passagem mensal) e Demais Serviços (US$ -26,6 milhões para US$ -6,6 milhões). Estes recuos compensaram o aumento dos gastos com Transportes (US$ 466,0 milhões para US$ 526,7 milhões). Os gastos com Aluguel de Equipamentos se mantiveram praticamente inalterados, com déficit de US$ 1,0 bilhão. Nos agregados em 12 meses, as contas Demais Serviços, Viagens Internacionais, Transportes e Aluguel de Equipamentos registraram respectivamente US$ 1,6 bilhão (mesmo resultado do agregado em 2016), US$ -12,0 bilhões (ante US$ -7,4 bilhões em 2016), US$ -4,5 bilhões (ante US$ -3,7 bilhões em 2016) e US$ -17,7 bilhões (ante US$ -20,3 bilhões no ano anterior).



A Conta Renda sofreu uma forte redução de seu déficit na passagem mensal, devido majoritariamente à sazonalidade do pagamento de Juros. Os gastos deste componente passaram de US$ 4,6 bilhões em julho para US$ 737,6 milhões no mês de agosto. O aumento do déficit de Lucros e Dividendos (de US$ US$ 2,07 bilhões para U$ 2,16 bilhões) e a manutenção das despesas com Salários (US$ 23 milhões) não foram suficientes para compensar a redução das despesas com juros. No acumulado em 12 meses, o déficit da Conta de Renda para o mês de agosto segue praticamente inalterado na comparação com julho para o mesmo período (US$ 44,0 bilhões vis-à-vis US$ 43,7 bilhões).



Para a Conta Financeira, o destaque fica com o componente Investimento Direto no País, que aumentou em relação a julho (US$ 4,18 bilhões), chegando a US$ 5,1 bilhões. O componente chega, assim, a um saldo de US$ 82,5 bilhões no resultado acumulado em 12 meses - o que, em termos relativos ao PIB, corresponde a 4,18%. Em agosto de 2016, o resultado para o mesmo período era de US$ 74,2 bilhões.



FGV: Confiança do comércio cresce expressivamente em setembro

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou seu Índice de Confiança do Comércio (ICOM) no dia de hoje (27/09), referente ao mês de setembro. Após forte deterioração nos últimos 4 meses, levando o indicador a 82,4 pontos no mês passado, o ICOM cresceu em 8,3% neste mês referente, chegando ao maior patamar desde outubro de 2014. Apesar do bom desempenho no mês, o índice ainda se encontra bem abaixo dos 100,0 pontos, sinalizando contração da atividade.


Na abertura entre seus componentes, destaque para o Índice de Situação Atual (ISA-ICOM) com forte crescimento de 8,4%, passando de 77,4 para 83,9 pontos. Este é a maior pontuação dos últimos 32 meses. O Índice das Expectativas (IE-ICOM) também apresentou intensa variação em relação a agosto (7,9%), atingindo 95,1 pontos. Cabe ressaltar que, o indicador se encontrava em 95,8 pontos em abril e acumulou perda de 8,7% até o mês passado. Com isso, o resultado IE em setembro recupera parcialmente a perda total de confiança acumulada neste período.



IBGE: Índice de Preços ao Produtor volta a crescer em agosto

Hoje (27/09), o IBGE divulgou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) referente ao mês de agosto. A variação registrada em relação ao mês passado ficou em 0,30%, após ter apresentado deflação de 1,01% no mês anterior. Com este resultado, a taxa acumulada em 2017, que já era negativa em 1,29% em julho, desacelerou seu ritmo de queda para -0,99%. Já o índice acumulado nos últimos doze meses variou em 1,66% ante 1,09% do mês passado.


Na abertura entre os grandes setores industriais, a aceleração do IPP na passagem mensal se deve a Indústria Extrativa, que apresentou inflação de 6,21%. Vale ressaltar que nos três meses anteriores, o setor havia registrado deflação. Assim, a taxa acumulada em 2017, embora tenha desacelerado em relação a julho, continua com forte variação negativa (-11,72% ante -16,88% no mesmo período do ano anterior). A taxa dos últimos doze meses, por sua vez, chegou a -14,47%.

No que tange o setor de Indústria de Transformação, a inflação registrada em agosto foi de 0,12% ante -0,99% do mês anterior. Na abertura entre os 23 setores industriais, Coque e Produtos de Petróleo (6,48% ante -1,38%) apresentou a maior taxa de inflação, enquanto que Outros Produtos Químicos (-2,06% ante -1,42%) e Alimentos (-1,62% ante -2,08%) tiveram as maiores variações negativas.

Com isto, a taxa de inflação acumulada no ano de 2017 para o setor desacelerou seu ritmo de queda para -0,58% em agosto ante -0,70% de julho, enquanto que a variação acumulada nos últimos doze meses acelerou de 0,77% para 1,27% no período.



EUA: Confiança do consumidor apresenta queda em setembro

A The Conference Board divulgou ontem (26/09) o Índice de Confiança do Consumidor (CCI, em inglês) referente ao mês de setembro. Livre de influências sazonais, o indicador recuou em 0,5% frente ao mês anterior, atingido 119,8 pontos, após ter crescido nas últimas duas leituras. Apesar do resultado baixista, o nível é ainda muito acima da média da série histórica iniciada em 1977 (92,2 pontos). Pela métrica da média móvel trimestral, por outro lado, o CCI avançou pelo segundo mês seguido, atingindo 120,1 pontos.

Na abertura entre seus dois componentes, o Índice da Situação Atual exerceu maior contribuição, ao cair de 148,4 para 146,1 pontos. Esta queda é atribuída à maior proporção de indivíduos que avaliam como ruim as condições atuais de negócios (13,8% ante 13,2%) e como difíceis as condições atuais para conseguir um emprego (18,4% ante 18,1%).

Por outro lado, o Índice das Expectativas continuou sua trajetória de crescimento, atingindo 102,2 pontos ante 101,7. Este movimento pode ser explicado a partir da maior proporção de indivíduos que esperam uma melhor condição do mercado de trabalho nos próximos seis meses (19,5% ante 16,8%) e uma melhor renda no curto prazo (20,5% ante 19,9%).




 

Macro Visão é uma publicação da:
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)
Av. Paulista, 1313 - 5º andar - Cep 01311-923 - Tel.: 11 3549-4316

Diretor Titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos: Paulo Francini
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