BCB: Transações correntes mantêm déficit estável em janeiro
O Banco Central do Brasil divulgou nesta segunda-feira (26/02) a Nota do Setor Externo com os resultados do Balanço de Pagamentos referentes a janeiro. Nesta leitura, as transações correntes registraram um déficit de US$ 4,3 bilhões, mesmo saldo de dezembro. No acumulado em doze meses, o resultado representa US$ 9,0 bilhões, ou 0,44% do PIB. O resultado mensal das transações correntes se deve à combinação de movimentos opostos de seus componentes. A Balança Comercial brasileira viu seu superávit ser reduzido substancialmente em relação a dezembro (de US$ 4,6 para US$ 2,4 bilhões), ao passo que os déficits das contas de Serviços e de Rendas se reduziram na passagem mensal (de US$ 3,7 para 2,8 bilhões e de US$ 5,3 para 3,9 bilhões, respectivamente).
A queda do saldo da Balança Comercial brasileira no mês de janeiro se deve à combinação do aumento das importações (de US$ 12,9 para US$ 14,5 bilhões) com a redução das importações (de US$ 17,5 para US$ 16,9 bilhões) no período. No acumulado em 12 meses, a conta acumula um superávit de US$ 63,9 bilhões - resultado praticamente estável em relação a dezembro de 2017, mas substancialmente mais elevado que aquele registrado no mesmo período daquele ano.
A redução do déficit mensal na conta de Serviços, por sua vez, se deve principalmente à redução do déficit na conta de Aluguel de Equipamentos no período (de US$ 1,7 para US$ 1,2 bilhões). Em 12 meses, o déficit da conta de Serviços acumula US$ 34,2 bilhões.
No que diz respeito à conta de Rendas (Renda Primária mais Renda Secundária), a maior mudança se deu na conta de Lucros e Dividendos, que foi superavitária em US$ 222 milhões nesta leitura (em dezembro, a conta havia registrado um déficit de US$ 3,7 bilhões). O movimento foi suficiente até mesmo para compensar o crescimento expressivo do déficit da conta de Juros (US$ 2,2 para US$ 4,4 bilhões) na passagem entre dezembro e janeiro. No acumulado em 12 meses, a conta de Rendas registra um saldo de US$ - 38,7 bilhões.
Por fim, na conta Capital e Financeira, enquanto o saldo da conta Capital foi de US$ 5,8 para US$ 40,5 milhões na passagem entre dezembro e janeiro, o déficit da conta Financeira se reduziu substancialmente no período (de US$ 4,1 para US$ 3,7 bilhões). O saldo acumulado da conta Capital e Financeira em 12 meses é de US$ 3,9 bilhões em janeiro. Em dezembro, a conta acumulava um superávit de US$ 4,9 bilhões. No mês de janeiro, os Investimentos Diretos no País (IDP), componente da conta Financeira, totalizaram ingressos líquidos da ordem de US$6,5 bilhões. Em dezembro, o saldo havia sido de US$ 5,4 bilhões. No acumulado em 12 meses, os IDP somam US$ 65,3 bilhões (ante US$ 70,3 bilhões da última leitura), ou 3,2% do PIB.
FGV: IGP-M varia 0,07% em fevereiro
O Índice Geral de Preços (IGP-M), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira (27/02), variou 0,07% neste mês de fevereiro frente a janeiro, resultado acima da mediana de mercado (0,00%). No mês anterior, o índice havia crescido em 0,76%, ao passo que em fevereiro de 2017, o IGP-M havia registrado 0,08% de inflação.
Com este resultado, a taxa acumulada no ano de 2018 subiu para 0,83%, enquanto que em fevereiro de 2017, esta taxa acumulada era de 0,76%. Já a taxa acumulada em 12 meses continua negativa e passou de -0,41% em janeiro para -0,42% neste mês referente.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou ligeira deflação de 0,02% ante inflação de 0,91% em janeiro. Na análise por estágio de processamento, Bens Finais apresentaram taxa negativa de -0,71% ante 0,64% e Matérias-Primas Brutas de -0,23% ante 1,08%. Enquanto os Bens Intermediários registraram desaceleração da inflação, ao atingir 0,87% ante 1,05% em janeiro.
Pela abertura entre origens de processamento, Produtos Agrícolas teve deflação de 0,71% ante 0,17% de janeiro, enquanto que Produtos Industriais reduziu sua inflação para 0,21% ante 1,15%. Sendo assim, as taxas acumuladas nos últimos doze meses para cada grupo ficaram em -10,91% e 0,91%, respectivamente.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou inflação de 0,28%, taxa menor do que a de janeiro (0,56%). A principal contribuição para o índice veio do grupo de Alimentos, que passou de 1,11% para 0,07% neste mês. Educação, Leitura e Recreação (de 1,46% para 1,01%) e Vestuário (de -0,28% para -0,56%) também reduziram suas taxas na passagem mensal. Por outro lado, Transportes apresentou maior variação que no mês passado, passando de 0,92% para 1,16%. Na taxa acumulada em 12 meses, destaque para Alimentação (+0,20%), enquanto a maior alta foi de Saúde e Cuidados Pessoais (+6,15%).
Por fim, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) também desacelerou e passou de 0,28% de janeiro para 0,14% em fevereiro. Sua taxa acumulada nos últimos doze meses teve forte redução para 3,61% ante 4,01% do mês passado. Materiais, Equipamentos e Serviços exerceu maior contribuição (de 0,59% para 0,32%), embora Mão de Obra também tenha desacelerado neste mês (de 0,03% para 0,00%). As taxas acumuladas em 12 meses ficaram em 2,86% e 4,24%, respectivamente.
FGV: Confiança do comércio tem sexta alta consecutiva em fevereiro
A Fundação Getúlio Vargas divulgou nesta manhã o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) referente a fevereiro. Na série livre das influências sazonais, o ICOM avançou 0,4 ponto entre o primeiro e o segundo mês do ano, atingindo 95,5 pontos. É a sexta alta consecutiva do indicador - que, apesar de ainda se encontrar abaixo da linha dos 100,0 pontos, tem seu maior nível desde abril de 2014 (data em que registrou 97,8 pontos). Em fevereiro de 2017, o ICOM registrava 82,5 pontos.
A alta do ICOM ocorreu em 8 dos 13 segmentos levantados pela pesquisa, e foi determinada pelo crescimento do Índice de Situação Atual (ISA-COM), que avançou 4,8 pontos na passagem de janeiro para fevereiro e registrou 92,8 pontos no período - seu melhor resultado desde agosto de 2014. Outro componente do ICOM, o Índice de Expectativas (IE-COM) registrou queda de 4,0 pontos na passagem mensal, atingindo 98,4 pontos.
Com os resultados de janeiro, a média móvel trimestral dessazonalizada para o mês também avança, saindo de 84,3 pontos para 85,3 pontos. É o sexto mês consecutivo de alta do indicador por esta métrica. Conforme o gráfico, os resultados desta leitura sugerem que estamos próximos de uma recuperação da atividade econômica.