IBGE: PIB cresce 0,1 % no último trimestre de 2017 e fecha ano com alta de 1,0%
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta manhã o resultado do PIB para o quarto trimestre de 2017 e, consequentemente, para o fechamento daquele ano. Após dois anos consecutivos de retração (ambas de 3,5%), em 2017 o produto do país cresceu 1,0%. O resultado veio alinhado às projeções da FIESP (1,1%) e do mercado (1,01%). Vale lembrar que, entre 2015 e 2016, o produto brasileiro acumulou perda de 6,9%.

Contribuiu para o crescimento anual o resultado do quarto trimestre de 2017 - período em que o PIB brasileiro teve alta de 0,1% na comparação com o trimestre anterior, considerada a série com ajuste sazonal. Sendo assim, esta é a quarta alta trimestral consecutiva da economia brasileira.

Pela ótica da oferta, o último trimestre de 2017 trouxe crescimento de 0,5% para o setor industrial, completando sua segunda alta consecutiva. O PIB da indústria foi composto por resultados positivos em dois de seus quatro subsetores (indústria de transformação, com 1,5%, e serviços industriais de utilidade pública, com 0,3%). O setor de construção civil se manteve estável (0,0%) em relação ao trimestre anterior, enquanto a indústria extrativa completou seu terceiro trimestre negativo (-1,2%). O PIB do setor de serviços, por sua vez, cresceu 0,2% no período. No trimestre anterior, o crescimento havia sido de 0,6%. Dentre os subsetores dos serviços, os principais destaques trimestrais foram os grupos de serviços de informação e atividades imobiliárias - ambas com crescimento de 0,9%. Na agropecuária, a estabilidade (0,0%) frente ao trimestre anterior interrompeu uma sequência de duas quedas consecutivas (-2,7% e -2,0%).

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias registrou sua quarta alta trimestral consecutiva (0,1%). O consumo do governo, por sua vez, voltou a avançar (0,2%) após três quedas consecutivas, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo confirmou a lenta retomada de atividade ao registrar 2,0% de crescimento (ante 1,8% do trimestre anterior de 2017). No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 0,9% (o resultado vem após três altas consecutivas), enquanto as importações de bens e serviços cresceram 1,6% (ante alta de 6,5% no terceiro trimestre).

Em termos anuais, pela ótica da oferta houve alta na agropecuária (13,0%) e de nos serviços (0,3%). A indústria se manteve estável em relação ao ano anterior (0,0%). Nesta última, a estabilidade vem após três anos de quedas consecutivas (-1,5%, -5,8% e -4,0%) e se deve ao crescimento das indústrias extrativa, de transformação e dos serviços industriais de utilidade pública (4,3%, 1,7% e 0,9%, respectivamente) e à sua compensação graças à queda no setor de construção civil (-5,0%).

O resultado anual positivo do setor de serviços, por sua vez, vem após quedas de 2,7%, em 2015, e de 2,6%, em 2016, e se deve ao crescimento do comércio (1,8%), das atividades imobiliárias (1,1%), dos serviços de transporte, armazenagem e correio (0,9%) e de outras atividades de serviços (0,4%). Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-1,3%), serviços de informação e comunicação (-1,1%) e serviços de administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,6%) tiveram contração em relação ao ano anterior. Na Agropecuária, o resultado de 2017 ocorre após queda de 4,3% em 2016 e decorre, principalmente, do excelente desempenho da agricultura, com destaque para o milho e a soja (cada um com crescimento de 55,2% e 19,4%, respectivamente).

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias teve alta de 1,0% em 2017, revertendo dois anos consecutivos de contração (-3,2% em 2015 e -4,3% em 2016). O consumo do governo continuou a apresentar resultados negativos: após ter queda de 1,4% em 2015 e 0,1% em 2016, o componente recuou 0,6% em 2017. O mesmo ocorreu com a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que teve queda de 1,8% no período pela quarta leitura consecutiva (ainda que bem menos acentuada que a observada nos últimos anos: -4,2% em 2014, -13,9% em 2015 e -10,3% em 2016).
Por fim, no setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram excelente resultado anual, crescendo 5,2% em 2017. É a terceira alta consecutiva do componente, que em 2016 havia crescido 1,9%. As importações de bens e serviços no país, por sua vez, tiveram alta de 5,0% no período. O crescimento do componente interrompe uma trajetória de três quedas consecutivas.

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