Banco Central: Transações correntes registram déficit de US$ 3,5 bilhões em setembro
Segundo divulgação do Banco Central do Brasil (BCB), as transações correntes foram deficitárias em US$ 3,5 bilhões em setembro, acima do observado um ano antes (déficit de US$ 0,2 bilhão). Com isso, o déficit acumulado nos 12 meses foi de US$ 37,4 bilhões (2,05% do PIB), resultado pior que o acumulado até setembro de 2018 (-US$ 25,7 bilhões, equivalente a 1,34% do PIB).

Em setembro, a piora do saldo de TC em relação ao mesmo período de 2018 reflete o menor superávit na Balança Comercial (US$4,7 bilhões para US$ 1,7 bilhões) e os maiores déficits nas contas Serviços (-US$2,5 bilhões para -US$ 2,7 bilhões) e Renda Primária (-US$2,5 bilhões para -US$2,6 bilhão). Renda Secundária apresentou superávit de US$ 209 milhões, ante superávit de US$ 77 milhões em setembro de 2018.

O pior saldo comercial em relação a setembro de 2018 reflete tanto a expansão das importações quanto a retração das exportações. As importações avançaram de US$ 14,5 bilhões para US$ 17,1 bilhões, enquanto as exportações tiveram variação negativa de US$ 0,4 bilhão, registrando US$ 18,8 bilhões. Assim, o saldo comercial acumulado nos 12 meses findos em setembro de 2019 fica em US$ 43,5 bilhões, representando uma queda de 14,7% em relação aos 12 meses encerrados no mesmo mês do ano anterior.

O maior déficit mensal em Serviços reflete as variações das seguintes contas: Viagens (-US$ 0,8 bilhão para -US$ 0,9 bilhão); Demais serviços (-US$ 0,1 bilhão para -US$ 0,2 bilhão); Transportes (-US$ 0,4 bilhão para -US$ 0,5 bilhão); e Aluguel de equipamentos (-US$ 1,2 bilhão para -US$ 1,1 bilhão). Assim, Serviços acumula déficit de 35,7 bilhões em 12 meses, uma melhora de 2,5% em relação aos 12 meses anteriores.

O maior pagamento líquido de Juros piorou o saldo da conta Renda Primária em setembro. Aquela rubrica aumentou seu déficit de US$ 0,6 bilhão para US$ 1,3 bilhão. No mesmo período, houve menor pagamento líquido de Lucros e Dividendos, com esta conta diminuindo seu saldo em US$ 0,5 bilhão para -US$ 1,4 bilhão. Assim, no acumulado em 12 meses, a conta de Rendas (primária + secundária) registra déficit de US$ 45,2 bilhões, saldo 12,7% maior que nos 12 meses anteriores.

Por fim, os Investimentos Diretos no País (IDP) acumularam uma entrada líquida de US$ 70,4 bilhões em 12 meses, o equivalente a 3,85% do PIB e cobrindo totalmente o déficit das transações correntes.
Ibre/FGV: Confiança do comércio avança em outubro
O Índice de Confiança do Comércio (ICOM), divulgado pelo Ibre/FGV, observou melhora em outubro ao avançar de 97,2 para 98,4 pontos, na série ajustada sazonalmente. O resultado aparenta dar continuidade à recuperação do indicador observada desde maio, após uma brusca queda no início do ano. Na comparação com outubro de 2018, o ICOM subiu 4,0 pontos, na série sem ajuste sazonal, a quinta alta consecutiva nesta base de comparação.

A alta do ICOM em outubro deve-se à melhora das avaliações em relação ao momento presente. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 3,0 pontos e registrou 95,1 pontos, após queda de 3,6 pontos no mês anterior. Apesar da melhora, o índice permanece abaixo dos 100,0 pontos, indicando pessimismo no que se refere à situação atual. O Índice de Expectativas (IE-COM) foi no sentido posto e retraiu de 102,5 para 101,9 pontos. Ao contrário da situação atual, as expectativas em relação aos próximos meses permanecem ligeiramente positivas, a despeito da queda nesta leitura.

.gif)