Macro Visão Semanal
Informativo eletrônico - Edição 42 Semana: 29/08/2022 a 02/09/2022 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão Semanal. Veja os destaques:

  • Dados da economia brasileira e internacional na semana de 29/08 a 02/09
  • Síntese da semana
  • Agenda econômica para a próxima semana: de 05/09 a 09/09


Dados da Economia Brasileira na semana: 29/08 a 02/09
 

  • Expectativas do mercado (Relatório Focus/Banco Central): a mediana das expectativas do mercado, divulgada pelo relatório Focus do Banco Central referente a 26 de agosto, indica que o IPCA de 2022 deve encerrar em 6,70%, redução de 0,12 p.p. na comparação com o resultado da apuração anterior (6,82%). O centro da meta de inflação para 2022 é de 3,50%, podendo variar entre 2,00 e 5,00%. Para o PIB, o relatório aponta leve melhora nas expectativas do mercado, sendo esperado um crescimento da atividade do país no ano de 2,10%. No que se refere à taxa de câmbio, o mercado continua esperando que esta feche o ano em R$/US$ 5,20. Por fim, a mediana das perspectivas quanto à taxa SELIC permanece em 13,75% a.a. Para 2023, as expectativas sinalizam um crescimento menor para o PIB, de 0,37%. A perspectiva para o nível de preços, medido pelo IPCA, foi reduzida para 5,30%. A taxa Selic, por sua vez, deve fechar o ano em 11,00% e o câmbio permaneceu em R$/US$ 5,20.
  • Índice de Confiança da Indústria (Ibre/FGV): o Índice de Confiança da Indústria encerrou em 100,3 pontos em agosto, aumento de 0,8 ponto em relação ao mês de julho (93,5 pontos), considerando dados sem influência sazonal. Com esse resultado o setor industrial voltou a sinalizar otimismo. Valores abaixo de 100,0 pontos indicam pessimismo e acima, otimismo.
  • Índice Geral de Preços - Mercado (Ibre/FGV): o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) caiu 0,70% em agosto, ante aumento de 0,21% no mês anterior. Esse resultado veio abaixo das expectativas do mercado (-0,53%). Quando analisados os componentes do IGP-M, o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo - Mercado) apresentou queda de 0,71% no mês de agosto. O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor - Mercado), por sua vez, apresentou redução de 1,18%. Por fim, o INCC-M (Índice Nacional da Construção Civil - Mercado) cresceu 0,33% no mês.
  • Índice de Confiança de Serviços (Ibre/FGV): o Índice de Confiança de Serviços (Ibre/FGV) ficou praticamente estável em agosto, apresentando leve queda de 0,2 ponto ao encerrar em 100,7 pontos, contra 100,9 pontos de julho. Com esse resultado o índice continua indicando otimismo. Enquanto o componente da situação atual recuou 0,7 ponto na passagem mensal, atingindo 100,1 pontos, o índice de expectativas aumentou 0,4 ponto, chegando a 101,3 pontos, dados com tratamento sazonal.
  • Índice de Confiança do Comércio (Ibre/FGV): o Índice de Confiança do Comércio (Ibre/FGV) avançou para 99,4 pontos em agosto, crescimento de 4,3 pontos em relação a julho (95,1 pontos), dados com ajuste sazonal. Com esse valor, o índice continua indicando pessimismo do setor pelo décimo segundo mês consecutivo. Resultados superiores a 100,0 pontos indicam otimismo e abaixo, pessimismo.
  • Nível de Emprego no Brasil (CAGED): Brasil abriu 218.902 vagas de emprego formal no mês de julho, segundo dados divulgados pelo CAGED. A Indústria Geral registrou criação de 50.503 vagas de emprego no mês. A Indústria de Transformação, por sua vez, apresentou saldo líquido positivo de 46.271 vagas.
  • Nível de Emprego no Estado de São Paulo (CAGED):  o estado de São Paulo apresentou saldo líquido de 67.069 vagas no mês de julho. Neste mês, a Indústria de Transformação paulista abriu 14.790 vagas de trabalho formal. Os três setores que geraram mais empregos foram: Veículos (+3.045), Alimentos (+2.741) e Máquinas e Equipamentos (+1.115). Por outro lado, o setor de Petróleo e Combustíveis apresentou saldo negativo de 151 vagas em julho.
  • Índice de Confiança Empresarial (Ibre/FGV):  o Índice de Confiança Empresarial aumentou 2,2 pontos no mês de agosto, encerrando em 100,7 pontos, dados dessazonalizados. Assim, por ficar acima dos 100,0 pontos, há indicação de otimismo, revertendo nove meses de pessimismo. O Índice de situação atual cresceu 1,0 ponto, atingindo 101,3 pontos no mês. Já o índice de expectativas aumentou 1,5 ponto, ao encerrar em 99,1 pontos em agosto. Portanto, as expectativas continuam abaixo dos 100,0 pontos pelo décimo mês consecutivo, indicando pessimismo dos empresários.
  • Taxa de desemprego (PNAD Contínua/IBGE):  a taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,1% em julho, um pouco acima da expectativa do mercado (+9,0%). Esse resultado corresponde a um contingente de 9,9 milhões de desempregados.
  • Levantamento de Conjuntura (FIESP): houve crescimento das vendas reais da indústria paulista pelo segundo mês consecutivo, sendo 1,9% em junho e 1,7% no mês de julho. Os destaques positivos no mês são idênticos ao do mês de junho. São eles: máquinas e equipamentos (+13,6%), alimentos (+8,1) e têxtil (+7,1%).  Os salários reais médios também avançaram em julho, aumento de 1,2% após moderado crescimento do dado anterior (+0,3%). As horas trabalhadas na produção, por sua vez, não apresentaram variação significativa no mês, ao subir 0,1% sobre o mês de junho. Já o NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) retraiu 0,5 p.p., de 80,4% para 79,9% entre junho e julho, o menor nível registrado em 2022 até o momento. Todas as informações contam com tratamento sazonal.
  • Pesquisa Sensor (FIESP):  o Sensor do mês de agosto encerrou em 49,2 pontos, resultado superior ao mês de julho, quando marcou 48,4 pontos. Leituras abaixo de 50,0 pontos indicam retração da atividade industrial paulista no mês. O indicador de Mercado (setor de atuação) avançou 2,8 pontos, de 47,0 pontos para 49,8 pontos entre julho e agosto. Por estar próximo aos 50,0 pontos, há indicação de estabilidade das condições de mercado.  Aos 51,4 pontos, o componente de Vendas voltou a apresentar expectativa positiva no mês após o dado de 49,8 pontos de julho. O componente de Estoque continua acima do planejado pelo sétimo mês consecutivo, ao marcar 45,7 pontos em agosto ante 48,0 pontos do mês de julho. Já o Emprego ficou em 50,3 pontos, alta de 0,4 ponto em relação a leitura anterior (49,9 pontos). Por encerrar acima de 50,0 pontos, há indicação de contratações no mês. Por fim, o indicador de Investimentos avançou 0,7 ponto em agosto, aos 50,6 pontos ante 49,9 pontos do mês anterior. Por estar acima dos 50,0 pontos, há a expectativa de aumento dos investimentos no mês.  Todos os dados acima contemplam o tratamento sazonal.
  • Produto Interno Bruto (IBGE):  o PIB brasileiro apresentou aumento de 1,2% no 2º trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, dado com ajuste sazonal. O resultado veio acima das expectativas do mercado que tinha mediana de +0,9%. Pelo lado da oferta, o setor da Indústria Total aumentou de 2,2% no período. Somente a indústria de Transformação cresceu 1,7%. O setor de serviços, por sua vez, cresceu 1,3%, seguido pelo crescimento de 0,5% da agropecuária. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 2,6%, seguido pelo aumento dos Investimentos (FBKF) em 4,8% e das importações +7,6%. Por outro lado, consumo do governo caiu 0,9% e exportações retraíram 2,5%.
  • Produção Industrial Mensal (PIM/IBGE): a produção do setor subiu 0,6% no mês de julho na comparação com junho, nos dados com ajuste sazonal. O resultado veio um pouco acima da expectativa do mercado (+0,5%) e reverte a queda observada no mês anterior (-0,3%). A indústria de transformação cresceu 0,4% no mês de julho. Já a indústria extrativa cresceu 2,1% na variação mensal. No acumulado em 12 meses, a produção industrial exibe queda de 3,0%. Nesta métrica, a indústria de transformação apresenta redução de 3,2% no período. A produção da indústria extrativa, por sua vez, registra queda de 1,7% nos últimos 12 meses encerrados em julho de 2022.
  • Balança Comercial (SECEX): a média diária das exportações do país passou de US$ 1,2 bilhão em agosto de 2021 para US$ 1,3 bilhão em agosto de 2022, aumento de 8,4% entre os períodos. No mesmo intervalo, as importações aumentaram 30,5% na comparação da média diária, saindo de US$ 889,0 milhões em agosto de 2021 para US$ 1,2 bilhão em agosto de 2022. O saldo médio diário da balança comercial, por sua vez, foi de US$ 348,1 milhões em agosto de 2021, passando para US$ 181,1 milhões em média diária em agosto de 2022, queda de 48,0%. O saldo total acumulado no mês de agosto é de US$ 4,2 bilhões. No ano, a balança comercial registra superávit de US$ 44,0 bilhões (jan-ago/22).
  • PMI da Indústria do Brasil (HSBC): o PMI da Indústria do Brasil diminuiu 2,1 pontos no mês de agosto ao fechar em 51,9 pontos, ante o dado de 54,0 pontos em julho. Apesar da queda, com este resultado, o PMI do Brasil está positivo pelo sexto mês consecutivo. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês.

Dados da Economia Internacional na semana: 29/08 a 02/09
 
  • PMI Indústria da Alemanha (Markit): o PMI da Indústria da Alemanha caiu 0,2 ponto em agosto ao fechar em 49,1 pontos, ante o dado de 49,3 pontos em julho. Com este resultado, o PMI da industrial da Alemanha sinalizou a segunda redução para a indústria desde junho de 2020. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês e abaixo, redução.
  • PMI Indústria dos Estados Unidos (Markit): o PMI da Indústria dos Estados Unidos caiu 0,7 ponto no mês de agosto ao fechar em 51,5 pontos, quarta redução consecutiva. Apesar da queda, com este resultado, o PMI dos Estados Unidos está positivo pelo 26° mês consecutivo. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês.
Síntese da semana:

A semana foi marcada pela divulgação de importantes indicadores econômicos, que sinalizaram bom desempenho da atividade econômica e retomada da confiança. De acordo com dados divulgados pelo IBGE, o PIB brasileiro cresceu 1,2% no 2º trimestre em relação ao 1º trimestre de 2022, sem efeitos sazonais. O desempenho veio acima da expectativa do mercado, que era de alta de 0,9%. Ademais, os índices de confiança continuaram apresentando crescimento em agosto. Nesse sentido, o Índice de Confiança da Indústria voltou a sinalizar otimismo. Já o Índice de Confiança do Comércio avançou no mês, aumento puxado principalmente devido à melhora das expectativas. O Índice de Confiança de Serviços, por sua vez, ficou praticamente estável em agosto, continuando a sinalizar otimismo no setor. 

O mercado de trabalho brasileiro também continua apresentando desempenho positivo. De acordo com o CAGED, o país abriu 218,9 mil vagas de emprego formal no mês de julho. Além disso, segundo a PNAD Contínua, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,1% em julho, o que corresponde a um contingente de 9,9 milhões de desempregados. No que se refere à indústria, a produção industrial brasileira subiu 0,6% no mês de julho. Este desempenho foi puxado tanto pelo resultado positivo da indústria de transformação, como da indústria extrativa. 

Neste ano, a atividade econômica brasileira será puxada, basicamente, pelo desempenho satisfatório da atividade no 1º semestre de 2022, o qual foi influenciado, sobretudo, pelo setor de serviços, que ganhou impulso com o processo de reabertura econômica e retomada de alguns segmentos. Outros fatores importantes para o bom desempenho da atividade na primeira metade do ano foram a recuperação do nível de emprego e o aumento da massa salarial ampliada decorrente das medidas de transferência de renda do governo federal, como a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas, o saque antecipado do FGTS e a majoração do valor do Auxílio Brasil. A forte expansão fiscal contrabalanceou os efeitos negativos do elevado patamar da taxa de juros. Logo, muito provavelmente, o 1º semestre pode ter sido o melhor momento da economia brasileira no ano.

Os próximos meses do ano não deverão repetir o mesmo dinamismo, em grande parte devido aos efeitos defasados do significativo aperto monetário. Cabe destacar também as incertezas envolvidas no processo eleitoral e o esgotamento dos efeitos da reabertura econômica. Ademais, no cenário externo, a elevação das taxas de juros das economias desenvolvidas e a desaceleração mundial também se colocam como importantes desafios. Tais fatores contribuem para um quadro de incerteza acima do usual e já impactam, inclusive, as expectativas de crescimento para 2023, as quais têm sido continuamente reduzidas. Diante deste cenário, a projeção da FIESP para o resultado do PIB em 2022 é de alta de 2,6%, já para 2023, a previsão é que a economia brasileira apresente crescimento de 0,2%.

 

Agenda Econômica para a próxima semana: 05/09 a 09/09

05/09/2022 (Segunda-feira):

  • Banco Central divulga o Relatório Focus.
  • HSBC divulga o PMI Composto e PMI Serviços do Brasil.
  • Markit divulga o PMI Composto e PMI Serviços da Alemanha e da Zona do Euro.

06/09/2022 (Terça-feira):

  • Markit divulga PMI Composto e PMI Serviços dos Estados Unidos.

07/09/2022 (Quarta-feira):

  • Bundesbank divulga a Produção Industrial da Alemanha.

08/09/2022 (Quinta-feira):

  • FGV divulga o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI).
09/09/2022 (Sexta-feira):
  • IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
  • Anfavea divulga a Produção Total de Veículos.
Macro Visão é uma publicação da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)
Av. Paulista, 1313 - 13º andar - Cep 01311-923 - Tel.: 11 3549-4570 / 3549-4282

 
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