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Informativo eletrônico - Edição 1290 Terça-Feira, 03 de setembro de 2013
 
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Economia Brasileira

  • Produção industrial recua 2,0% em julho e devolve avanço do mês anterior
  • Saldo comercial do Brasil registra pior resultado em 18 anos
  • Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial do Brasil permanece abaixo de 50 pontos em agosto

  • Produção industrial recua 2,0% em julho e devolve avanço do mês anterior

    A produção industrial recuou 2,0% em julho frente ao mês imediatamente anterior, quando registrou avanço de 2,1%, já descontadas as influências sazonais. O resultado veio exatamente de acordo com a projeção do Depecon/Fiesp, que apontava queda de 2,0%, ao passo que o consenso de mercado previa contração menos acentuada, de 1,4%. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) foram divulgados hoje (03/09) pelo IBGE.

    No acumulado de janeiro a julho, o setor industrial mostra ganho de 2,0%, mesma taxa de expansão observada no acumulado até junho deste ano. Para o acumulado em 12 meses, por sua vez, a indústria nacional mantém a trajetória ascendente, e registrou expansão de 0,6% na última leitura, o melhor resultado desde novembro de 2011, quando a elevação foi de 0,7%.

    A queda da produção industrial na passagem de junho para julho foi bastante disseminada, já que 15 dos 27 ramos pesquisados mostraram contração na margem. Os principais destaques negativos foram veículos automotores (-5,4%), farmacêuticos (-10,4%), borracha e plástico (-4,5%), celulose, papel e produtos de papel (-3,6%) e alimentos (-1,4%). Por outro lado, dentre as atividades que contribuíram positivamente, vale a pena frisar refino de petróleo e produção de álcool (3,3%), bebidas (2,3%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (3,5%) e produtos de metal (2,0%). Em relação às categorias de uso, todas mostraram declínio em julho, com destaque para bens de consumo duráveis (-7,2%) e bens de capital (-3,3%).

    Na base interanual, a produção industrial cresceu 2,0% em julho, marcando o quarto avanço consecutivo nesse tipo de comparação, com a ressalva de que julho de 2013 (23 dias) teve um dia útil a mais do que julho de 2012 (22 dias). A expansão foi bastante disseminada nesta métrica, com 18 dos 27 ramos apresentando aumento de produção. As atividades refino de petróleo e produção de álcool (10,2%), veículos automotores (4,3%), máquinas e equipamentos (5,6%) e outros equipamentos de transporte (12,8%) exerceram as maiores influências positivas. Em contrapartida, as atividades impressão e reprodução de gravações (-9,9%), farmacêutica (-8,4%) e indústrias extrativas (-2,5%) foram as que mais influenciaram o índice negativamente. Dentre as categorias de uso, bens de capital cresceu 15,2% em julho, ao passo que bens de consumo semi e não duráveis (2,9%) e bens intermediários (0,2%) mostraram elevações menos intensas. Por outro lado, a produção de bens de consumo duráveis recuou 1,6% em julho.

    Já no acumulado de janeiro a julho, as quatro categorias de uso evidenciam alta, com proeminência para bens de capital, que mostram avanço de 14,2%, em linha com a expansão dos investimentos em 2013. As categorias de bens de consumo duráveis (3,9%), bens intermediários (0,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,1%) registram aumentos mais brandos. Dentre as atividades industriais, 14 apresentam expansão nesta métrica (do total de 27), sendo que veículos automotores (13,2%), refino de petróleo e produção de álcool (8,9%), máquinas e equipamentos (5,1%) e outros equipamentos de transporte (8,0%) exibem as maiores elevações. Dentre as atividades com retração no acumulado do ano, edição, impressão e reprodução de gravações (-10,0%), indústrias extrativas (-5,8%), metalurgia básica (-3,4%) e farmacêutica (-4,2%) são os destaques.

    Em suma, a retração da PIM referente a julho reforçou o comportamento bastante volátil da produção industrial brasileira na base mensal, em torno de uma tendência de baixo crescimento. Como já mencionado, a queda da última leitura praticamente anulou a expansão observada em junho. Ademais, o resultado negativo corrobora a visão de enfraquecimento da atividade econômica no terceiro trimestre, em linha com outros indicadores já conhecidos.

    Saldo comercial do Brasil registra pior resultado em 18 anos

    O saldo comercial do Brasil encerrou agosto em US$ 1,226 bilhão, o menor superávit para o mês desde 2001, quando a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 634 milhões. As exportações atingiram US$ 21,425 bilhões, resultado 4,3% inferior ao de agosto de 2012. Na comparação com julho, por sua vez, o valor apresentou expansão foi de 7,7%. As importações totalizaram US$ 20,199 bilhões em agosto deste ano, um pouco acima do montante registrado em igual mês de 2012 (US$ 19,1 bilhões). Em julho, as compras no exterior alcançaram US$ 22,704 bilhões.

    No acumulado de janeiro a agosto, a balança comercial brasileira mostra déficit de US$ 3,760 bilhões, o pior resultado desde 1995, quando o saldo comercial foi negativo em US$ 4,127 bilhões.

    Os resultados ruins da balança comercial brasileira foram agravados por importações de petróleo e derivados que ocorreram no final de 2012, mas que foram contabilizadas em 2013, no valor de US$ 4,6 bilhões. No acumulado do ano, as importações somam US$ 160,1 bilhões, e as exportações totalizam US$ 156,6 bilhões. Em agosto de 2012, o saldo comercial acumulava superávit de US$ 13,1 bilhões.

    Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial do Brasil permanece abaixo de 50 pontos em agosto

    O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial do Brasil, divulgado ontem (02/09) pelo HSBC, registrou o patamar de 49,4 pontos em agosto ante 48,5 pontos em julho, já descontados os efeitos sazonais. Apesar do aumento, o resultado ainda fica abaixo do nível de estabilidade de 50 pontos, indicando que o setor segue na faixa de contração, embora menos acelerada.

    Segundo o relatório do HSBC, o quadro ainda ruim decorre da perda de demanda por novos pedidos, tendo em vista o acirramento da concorrência com os produtos chineses, forçando empresas a reduzir ainda mais o número de funcionários. Com base neste cenário, a produção no setor industrial brasileiro caiu novamente em agosto, completando, portanto, a segunda queda consecutiva, influenciada essencialmente pela diminuição na produção das categorias de bens intermediários e bens de capital. As empresas também informaram que já sentem a pressão de maiores custos de produção, devido ao movimento de depreciação do Real, sendo que tal item mostrou a segunda maior taxa de aumento desde outubro de 2008.

    Em suma, o resultado indica contração na atividade industrial em agosto, mesmo que num ritmo inferior ao do mês anterior, corroborando a expectativa do Depecon/Fiesp de enfraquecimento do setor no terceiro trimestre.

     
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