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Informativo eletrônico - Edição 1387 Terça-Feira, 04 de fevereiro de 2014
 
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Economia Brasileira

  • Produção industrial surpreende negativamente em dezembro e mostra queda de 3,5%
  • Déficit comercial bate recorde em janeiro de 2014
  • PMI industrial do Brasil mostra ligeira aceleração em janeiro

    Economia Internacional

  • Estados Unidos: ISM recua em janeiro

  • Produção industrial surpreende negativamente em dezembro e mostra queda de 3,5%

    A produção industrial brasileira registrou queda de 3,5% na passagem de novembro para dezembro, após ajuste sazonal, surpreendendo negativamente o mercado e o Depecon/FIESP, que projetavam uma queda de menor magnitude (-1,6%). Tal variação negativa na margem foi a mais expressiva desde dezembro de 2008. Em novembro, a indústria assinalou contração de 0,5% (dado revisado). Já em relação a igual mês do ano anterior, a retração foi de 2,3% em dezembro de 2013, a maior desde março do ano passado, interrompendo uma sequência de três leituras consecutivas de alta. Os dados foram divulgados na manhã de hoje (04/02) pelo IBGE em sua Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF).

    A forte contração em dezembro foi generalizada dentre as atividades industriais, já que 22 dos 27 ramos registraram perdas frente ao mês imediatamente anterior, na série dessazonalizada. Veículos automotores (-17,5%) foi a atividade que anotou a maior influência negativa sobre a formação do índice geral, refletindo principalmente a concessão de férias coletivas em várias empresas do setor e os estoques elevados. Além desta, vale destacar o desempenho de máquinas e equipamentos (-6,2%), farmacêutica (-11,7%), refino de petróleo e produção de álcool (-4,3%) e metalurgia básica (-7,4%), atividades que também mostraram quedas consideráveis no período. Já os ramos de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (10,6%) e vestuário e acessórios (10,9%) apresentaram as maiores elevações entre novembro e dezembro.

    No que diz respeito às categorias de uso, o grande destaque negativo foi bens de capital, cuja produção declinou 11,6%, influenciada especialmente pela menor produção de caminhões. As categorias de bens intermediários (-3,9%), bens de consumo duráveis (-3,0%) e bens de consumo semi e não duráveis (-2,3%) também evidenciaram taxas negativas em dezembro.

    Com o resultado de dezembro, a produção industrial acumulou perda de 0,8% no quarto trimestre de 2013, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, já descontadas as influências sazonais. Cabe ressaltar ainda que o primeiro semestre do ano passado anotou elevação de 2,1%, ao passo que a segunda metade do ano mostrou avanço de apenas 0,3%, com base na mesma métrica.

    A indústria brasileira cresceu somente 1,2% em 2013, o que não compensou a contração de 2,5% verificada em 2012. Em termos setoriais, 17 dos 27 ramos apresentaram aumento da produção no ano passado, sendo que veículos automotores (7,2%) exerceu o maior impacto positivo sobre o resultado global, impulsionada pela maior fabricação de caminhões no primeiro semestre. Outras contribuições positivas relevantes vieram de refino de petróleo e produção de álcool (7,3%), de máquinas e equipamentos (6,1%), de outros equipamentos de transporte (8,0%), de outros produtos químicos (2,3%) e de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (5,5%). Em sentido contrário, os maiores destaques negativos foram edição, impressão e reprodução de gravações (-10,2%), farmacêutica (-9,7%), indústrias extrativas (-4,1%), bebidas (-4,1%) e metalurgia básica (-2,0%).

    Em relação às categorias de uso, bens de capital assinalou a maior expansão em 2013, de 13,3%, puxada pela maior fabricação de equipamentos de transporte. Já a categoria de bens de consumo duráveis acumulou ganho de 0,7% no ano passado, após ter registrado quedas de 3,5% e 2,0% em 2012 e 2011, respectivamente. Por fim, a produção de bens intermediários ficou estável (0,0%), enquanto que a de bens de consumo semi e não duráveis sofreu retração de 0,5%.

    Em suma, a produção industrial surpreendeu significativamente em dezembro de 2013, ao recuar 3,5% frente ao mês imediatamente anterior, taxa bastante inferior à projetada pelo mercado e pelo Depecon/Fiesp. Com isso, a indústria brasileira encerrou o ano passado com o modesto crescimento de 1,2%, não compensando a contração de 2,5% observada em 2012.

    Em 2014, acreditamos na continuidade do cenário de baixo crescimento da indústria, tendo em vista, entre outros fatores, a confiança deprimida do empresariado, a piora dos condicionantes de consumo e investimento, e a ausência de algumas excepcionalidades que influenciaram positivamente o desempenho do setor no último ano.

    Déficit comercial bate recorde em janeiro de 2014

    A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 4,057 bilhões em janeiro de 2014, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) na tarde de ontem (03/02). As exportações somaram US$ 16,027 bilhões, o que representou um crescimento de 0,4% em relação a janeiro de 2013, e contração de 26,6% frente ao mês imediatamente anterior. Já as importações totalizaram US$ 20,084 bilhões, variando 0,4% na comparação com idêntico mês do ano anterior e 5,4% em relação a dezembro de 2013. O déficit da última leitura marcou o pior resultado da série histórica para meses de janeiro.

    As exportações de produtos básicos e industrializados recuaram 25,2% e 29,3% em janeiro de 2014, ante o mês imediatamente anterior, com destaque para a queda das exportações de manufaturados, na ordem de 34,5%. Os itens que mais contribuíram com o déficit foram as importações de bens de consumo (+8,8%), com destaque para máquinas de uso doméstico, móveis, vestuário, produtos alimentícios e automóveis de passageiros; as importações de bens de capital (+7,1%), impactadas fortemente por equipamento móvel de transporte e partes e peças para bens de capital; e as importações de matérias-primas e intermediários, com maior contribuição de matérias primas para agricultura e produtos químicos/farmacêuticos. Já o grupo de combustíveis e lubrificantes sofreu decréscimo de 19,1% no período.

    Em janeiro, as principais origens das importações brasileiras foram: China (US$ 4,005 bi), Estados Unidos (US$ 2,936 bi) e Alemanha (US$ 1,277 bi), ao passo que os principais destinos das exportações foram: China (US$ 2,178 bi), Estados Unidos (US$ 2,133 bi) e Argentina (US$ 1,207 bi).

    PMI industrial do Brasil mostra ligeira aceleração em janeiro

    O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da produção industrial brasileira registrou 50,8 pontos em janeiro de 2014, 0,3 ponto acima da leitura anterior, quando o índice atingiu 50,5 pontos. O índice foi divulgado ontem (03/02) pelo instituto Markit, em parceria com o banco HSBC.

    De acordo com André Loes, economista-chefe do grupo HSBC no Brasil, a contração do índice de produção foi compensada pelas novas encomendas, levando ao suave aumento do PMI no primeiro mês do ano.

    Estados Unidos: ISM recua em janeiro

    Conforme divulgado ontem (03/02) pelo Institute for Supply Managment, o índice ISM apresentou recuo na atividade manufatureira dos Estados Unidos entre dezembro e janeiro, de 56,5 para 51,3 pontos. Os componentes que mais contribuíram para a retração na margem foram o de novas encomendas, que caiu 13,2 pontos no último mês, atingindo o patamar de 51,2 pontos, e de produção, que passou de 61,7 pontos em dezembro de 2013 para 54,8 pontos em janeiro do ano corrente. Por sua vez, o nível de emprego declinou 3,5 pontos no período, chegando ao nível de 52,3 pontos.

    De forma geral, os resultados ruins nas últimas leituras foram atribuídos principalmente às condições climáticas. Para os próximos meses, entretanto, a expectativa do mercado aponta para aceleração da atividade manufatureira dos Estados Unidos.

     
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