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Informativo eletrônico - Edição 1425 Quarta-Feira, 02 de abril de 2014
 
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Economia Brasileira

  • Produção Industrial avança 0,4% em fevereiro
  • Balança comercial registra fraco superávit em março e acumula déficit recorde no trimestre
  • PMI: Produção brasileira cresce ligeiramente em março

    Economia Internacional

  • PMI Global da Indústria desacelera em março

  • Produção Industrial avança 0,4% em fevereiro

    A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) mostrou avanço da produção industrial de 0,4% em fevereiro, já expurgados os efeitos sazonais, de acordo com dados divulgados hoje (02/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava alta de 0,8% em fevereiro e acima da expectativa do Depecon/Fiesp, cuja projeção era de estabilidade (0%). O resultado do primeiro bimestre desde ano apenas devolveu as perdas mostradas em novembro (-0,4%) e dezembro de 2013 (-3,8%), já que em janeiro a produção avançou 3,8%.

    Na comparação com fevereiro de 2013, a produção industrial registrou elevação de 5,0%, resultado bem superior se comparado a janeiro deste ano (-2,2%) e dezembro do ano anterior (-2,6%). Nesse sentido, vale lembrar que o mês de fevereiro deste ano teve dois dias úteis (20 dias) a mais do que fevereiro (18) de 2013. No acumulado em 12 meses, a produção industrial apresentou alta de 1,1%, o que mostra um acúmulo maior em relação a janeiro, cuja alta foi de 0,5%.

    Com base na série dessazonalizada, o avanço de fevereiro frente a janeiro teve perfil generalizado, já que 19 dos 27 setores apresentaram expansão. O maior destaque foi assinalado pela categoria de veículos automotores, que avançou 7,0%, e, durante o primeiro bimestre de 2014, esta avançou 16,8%, uma reversão dos resultados negativos registrados desde outubro de 2013, período em que acumulou perda de 23,5%. Os outros destaques positivos foram: Equipamentos de Instrumentação Médico-Hospitalar, Ópticos e Outros (17,6%), Bebidas (5,1%), Alimentos (1,4%), Borracha e Plástico (4,2%), Metalurgia Básica (2,8%) e Fumo (25,2%), sendo que esta última, apesar da abrupta elevação em fevereiro, não devolveu a perda de 47,6% sofrida em janeiro de 2014. Em contrapartida, dos 7 setores que apresentaram queda em fevereiro, os de maior importância foram: Farmacêutica (-9,7%) e Outros Produtos Químicos (-3,1%).

    No que se refere às categorias de uso, com dados já ajustados sazonalmente, o maior avanço registrado foi de Bens de Consumo Duráveis, que variou 3,3% em fevereiro em comparação com o mês imediatamente anterior; entretanto, tal resultado mostrou desaceleração em relação a janeiro (4,8%). Bens Intermediários e Bens de Capital avançaram, respectivamente, 0,8% e 0,1%, na mesma base de comparação, configurando expressiva desaceleração desta última categoria em relação a janeiro, quando Bens de Capital avançou 13,3% em janeiro. A única variação negativa em fevereiro ocorreu em Bens de Consumo Semi e Não-Duráveis, cujo resultado foi de -0,1%.

    Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o avanço também se mostrou generalizado, já que houve expansão em 21 dos 27 setores e nas 4 categorias de uso. Novamente, Veículos Automotores foi o maior destaque positivo (12,9%), influenciado pela fabricação de automóveis, veículos para transportes de mercadorias, chassis com motor para caminhões e ônibus e caminhões. Material Eletrônico, Aparelhos e Equipamento de Comunicações (43,3%), Máquinas e Equipamentos (9,3%), Outros Equipamentos de Transporte (14,4%), Máquinas para Escritório e Equipamentos e Informática (32,9%), Farmacêutica (10,0%), Alimentos (2,6%), Bebidas (7,1%), Vestuário e Acessórios (27,4%) e Borracha e Plástico (6,8%) foram outros destaques positivos na variação interanual. Os destaques negativos ficaram para Edição, Impressão e Reprodução de Gravações (-7,9%), Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (-6,7%), Outros Produtos Químicos (-2,5%) e Produtos de Metal (-3,7%).

    Entre as categorias de uso, as maiores altas em comparação com fevereiro de 2013 foram registrados por Bens de Consumo Duráveis (20,9%) e Bens de Capital (12,4%), consolidando um crescimento de dois dígitos. Já Bens de Consumo Semi e Não-Duráveis e Bens Intermediários não apresentaram vigor expansivo, com elevações de 3,6% e 1,1%, respectivamente, abaixo da média nacional (5,0%).

    Em suma, a produção industrial brasileira apresentou o segundo resultado positivo consecutivo na comparação com o mês imediatamente anterior, entretanto, o ganho acumulado no primeiro bimestre de 2014 somente devolveu a perda observada nos últimos dois meses de 2013. Isso reforça o prognóstico de baixo dinamismo da atividade industrial ao longo do ano, influenciado em grande medida pela piora dos determinantes de consumo e investimento, dentre eles a desaceleração da renda real e a elevação da taxa doméstica de juros, bem como pela crise econômica da Argentina, principal demandante dos bens manufaturados gerados no Brasil.

    Balança comercial registra fraco superávit em março e acumula déficit recorde no trimestre

    O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) divulgou ontem (01/04) o resultado final da balança comercial brasileira no mês de março. O ministério informa que as vendas de produtos brasileiros ao exterior atingiram o montante de US$ 17,628 bilhões, ao passo que as compras foram de US$ 17,516 bilhões. O resultado levou ao superávit de US$ 112 milhões no saldo comercial do mês de março, o pior resultado de março desde 2001 (déficit de US$ 276 milhões). A corrente de comércio (soma das exportações e importações) ficou em US$ 35,144 bilhões.

    Apesar do saldo positivo no mês, ao se analisar a balança acumulada no ano e, portanto, no primeiro trimestre, foi visto déficit comercial de US$ 6,07 bilhões, o pior resultado para um primeiro trimestre na série histórica iniciada em 1994. O déficit é resultado de US$ 55,659 bilhões em importações, frente a US$ 49,588 bilhões de exportações.

    A explicação para o forte déficit comercial brasileiro no primeiro trimestre deste ano, segundo o diretor do departamento de estatística e apoio à exportação, são os acúmulos de perdas na balança comercial de petróleo e derivados, rubrica que já está negativa em US$ 4,548 bilhões e responsável por 75% do saldo negativo do comércio exterior brasileiro. No entanto, o déficit deve ser atenuado pelo aumento da produção do petróleo a partir do segundo semestre deste ano.

    PMI: Produção brasileira cresce ligeiramente em março

    O HSBC/Markit divulgou nesta terça-feira (01/04) o Índice de Gerente de Compras (PMI) da indústria do Brasil. De acordo com a leitura atual, o setor deve exibir leve crescimento em março, visto que o índice passou de 50,4 para 50,6 pontos, completando o quarto mês acima dos 50,0 pontos, e, portanto, de expansão da atividade.

    As condições operacionais do setor industrial melhoraram pelo quarto mês consecutivo em março, acompanhada pelo aumento da produção e do volume de novos pedidos. Segundo o relatório, a produção não foi mais vigorosa pois o nível de estoque continua no campo de contração, embora sendo ajustado cada vez menos. O destaque ficou por conta da aceleração nas contratações para um ritmo mais elevado em 12 meses.

    Dentre as categorias de uso, destaque para a expansão na produção dos bens intermediários, seguida pelos bens de consumo. Já os bens de capital registraram piora, revertendo o bom resultado aferido em fevereiro.

    PMI Global da Indústria desacelera em março

    Nesta terça (01/04), o JP Morgan/Markit divulgou os dados referentes ao PMI (Índice de Gerentes de Compra) Global da Indústria do mês de março. De acordo com o boletim, o setor registrou arrefecimento na expansão da atividade no final deste primeiro trimestre, já que o indicador recuou de 53,2 pontos em fevereiro para 52,4 pontos na última leitura. Apesar do recuo do índice no mês, a produção industrial mundial cresce pelo décimo sétimo mês consecutivo em março (visto que está acima dos 50 pontos, indicando expansão da atividade), puxada pelo crescimento de novos pedidos e pela melhora no volume de comércio internacional.

    A indústria nipônica continua a esmorecer em março, atingindo o pior nível dos últimos seis meses, mas ainda acima da média mundial. Já o setor fabril chinês registrou a segunda contração seguida, o menor nível desde novembro de 2011. Taxas menores de expansão da produção também foram assinalados por Taiwan e Índia, enquanto que Coreia do Sul e Indonésia mostraram estabilidade. Dentre os países asiáticos, o Vietnã mostrou o maior crescimento na passagem de fevereiro para março.

    Os EUA exibiram taxa de expansão maior do que os últimos três meses, ao passo que no Reino Unido as indústrias mostraram desaceleração no forte ritmo de avanço, mas permanecendo acima da média global. Todos os países da Zona do Euro exibiram crescimento, o mesmo ocorrido para o Brasil, cujo indicador apresentou a quarta alta seguida. Por fim, o setor industrial russo exibiu a contração mais acentuada desde maio de 2009.

    Segundo o diretor global do departamento de condições econômicas do JP Morgan, a tendência de desaceleração neste início do ano captou as desacelerações dos EUA e Japão, frente aos resultados aferidos no final do ano passado, mas indicando que o setor fabril continuaram sendo um forte colaborador tanto para o crescimento econômico global como para a geração de empregos.

     
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