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Informativo eletrônico - Edição 1466 Quarta-Feira, 04 de junho de 2014
 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão. Veja os destaques desta edição:

Economia Brasileira

  • Produção Industrial recua novamente em abril
  • Taxa de desemprego chega a 7,1% no primeiro trimestre

    Economia Internacional

  • PIB da Zona do Euro desacelera e cresce 0,2%
  • PMI da Zona do Euro sofre leve queda

  • Produção Industrial recua novamente em abril

    A produção industrial brasileira registrou queda de 0,3% na passagem de março para abril, em linha com o projetado Depecon/FIESP e pelo consenso mercado, que aguardavam uma queda sutilmente menor (-0,2%). Este é o segundo resultado negativo seguido, visto que no mês anterior a indústria havia sofrido recuo de 0,5%, levando o setor a acumular perdas de 0,8% neste período. Em relação a igual mês do ano anterior, foi registrado retração de 5,8%, terceira queda no ano nesta base de comparação, no entanto, vale ressaltar que abril deste ano contou com menos dias úteis frente ao mesmo mês de 2013. Nos quatro primeiros meses do ano, o setor apresentou recuo de 1,2% frente a igual período do ano anterior, e, no acumulado de doze meses, alta de 0,8%, desaceleração frente ao resultado visto em março (2,1%). Os dados foram divulgados na manhã de hoje (04/06) pelo IBGE na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF).

    A queda na produção atingiu metade das atividades pesquisadas, dado que 12 dentre os 24 ramos registraram perdas no mês de abril. Os maiores recuos ocorreram em: metalurgia (-2,7%), produtos de minerais não-metálicos (-1,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-1,6%), produtos de madeira (-3,2%), produtos de borracha e de material plástico (-0,9%) e móveis (-2,3%). Já produtos alimentícios (2,6%) foi a principal expansão da produção na passagem de março para abril, eliminando a queda de 1,3% assinalada no mês anterior. Outras contribuições positivas advieram da maior fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, perfumaria e de higiene pessoal (3,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,0%), máquinas e equipamentos (1,5%), e veículos automotores, reboques e carrocerias (0,6%).

    A retração também foi disseminada entre as categorias de uso, com forte recuo na produção de bens de consumo duráveis (- 1,6%), segundo resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 4,8% nesse período, influenciada pelo recuo da produção de móveis (-2,4%). O segmento de bens de capital (-0,5%) também mostrou segunda queda seguida, com perdas de 4,5% neste bimestre. O setor produtor de bens intermediários exibiu recuo de igual magnitude que o total da indústria (-0,2%), interrompendo três meses consecutivos de alta, período em que acumulou expansão de 0,9%. A categoria de bens de consumo semi e não-duráveis (0,4%) foi a única que registrou aumento de produção nesse mês.

    Em relação à comparação frente ao mesmo mês do ano anterior, a queda de 5,8% na produção indústria de abril foi generalizada. Vale ressaltar, todavia, que abril deste ano (20 dias úteis) teve dois dias úteis a menos frente a abril do ano passado (22 dias úteis). Houve recuo em 20 dos 26 setores avaliados (esta base de comparação comporta mais atividades, dado a ausência de uma série extensa para dessazonalização, impossibilitando a adequada comparação mensal). Dentre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (-21,3%) foi o maior destaque negativo da indústria, influenciado pela menor produção de caminhões e automóveis, dado o alto nível de estoque do setor. Além deste, máquinas e equipamentos (-9,9%), produtos alimentícios (-4,0%), outros produtos químicos (-9,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-15,1%), produtos de metal (-10,8%) e de metalurgia (-6,2%) também apresentaram significativa redução na produção em relação a abril de 2013. Por outro lado, indústrias extrativas (4,8%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%) evidenciaram os maiores aumentos de atividade nesta base de comparação, alavancados pela fabricação de minérios de ferro, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, asfalto de petróleo e óleo diesel.

    Ainda na comparação com abril do ano passado, no que tange às categorias de uso, a produção de bens de bens de capital (-14,4%) apresentou a queda mais intensa desde dezembro de 2012 (-18,0%), influenciada pela redução de 21,8% de bens de capital para equipamentos de transporte, sobretudo, a fabricação de caminhões. O setor produtor de bens de consumo duráveis recuou 12,0% nesta base de comparação, refletindo a menor fabricação de automóveis (-21,0%), móveis (-14,5%) e eletrodomésticos da "linha branca" (-7,9%). A categoria de bens intermediários (-4,5%) recuou após dois meses seguidos de avanço na produção, na comparação contra iguais períodos do ano precedente. O desempenho no mês foi influenciado pelos recuos nos produtos associados às atividades de outros produtos químicos (-9,0%), produtos de metal (-13,0%) e metalurgia (-6,2%). Ademais, os bens de consumo semi e não-duráveis (-3,9%) completam o perfil generalizado de queda dentre as 4 categorias avaliadas, devido à queda na produção de semiduráveis (-10,3%), de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-3,2%) e de não-duráveis (-2,2%).

    Em suma, a indústria em abril novamente dá sinais de perda de fôlego, ao apontar recuo pelo segundo mês consecutivo, bem como ao apresentar quedas na produção em três das quatro categorias econômicas, à exceção de bens de consumo semi e não duráveis, e em diversas atividades econômicas pesquisadas. Ademais, a queda da média móvel trimestral encerrada em abril suporta o diagnóstico de letargia da produção industrial no primeiro quadrimestre deste ano. Por fim, a deterioração dos condicionantes do consumo, os níveis deprimidos de confiança dos agentes e a crise econômica argentina, entre outros fatores, indicam fraco desempenho para a produção industrial em 2014.

    Taxa de desemprego chega a 7,1% no primeiro trimestre

    A taxa de desemprego do Brasil chegou a 7,1% no primeiro trimestre de 2014, de acordo com dados divulgados ontem (03/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. No último trimestre de 2013, a taxa de desocupação foi de 6,2%, ante 6,9% no terceiro trimestre de 2013, mostrando que no começo de 2014 houve aceleração dessa taxa. Lembrando que a partir de 2015 a PNAD substituirá a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) como principal pesquisa sobre o mercado de trabalho no Brasil. A PNAD difere da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) por abranger uma quantidade maior de municípios em todo o território nacional, bem como por diferenças metodológicas em relação à População em Idade Ativa (PIA).

    Em termos regionais, a Região Norte apresentou taxa de desemprego de 7,7%, ante 6,5% no trimestre imediatamente anterior. A Região Nordeste exibiu a maior taxa de desocupação, ao atingir 9,3% no primeiro trimestre ante 7,9% no anterior. A Região Centro-Oeste mostrou taxa de desemprego de 5,8%, ante 4,9% no trimestre imediatamente anterior. A Região Sudeste apresentou taxa de desemprego de 7,0%, ante 6,2% no quarto trimestre de 2013. Já a Região Sul exibiu a menor taxa de desemprego, situada em 4,3%, ante 3,8% no último trimestre de 2013.

    PIB da Zona do Euro desacelera e cresce 0,2%

    O Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro apresentou crescimento de 0,2% no primeiro trimestre de 2014, frente ao trimestre imediatamente anterior, já expurgados os efeitos sazonais, de acordo com dados divulgados hoje (04/06) pelo Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat). O resultado mostra leve desaceleração em relação ao último trimestre de 2013, quando o crescimento registrado foi de 0,3%. Na comparação com mesmo período do ano anterior (interanual), o crescimento registrado na Zona do Euro foi de 0,9%, ante 0,5% no último trimestre de 2013, na mesma base de comparação.

    Entre as economias da União Europeia, as maiores variações na passagem do trimestre foram registradas na Polônia e na Hungria, já que ambas cresceram 1,1%, e na Dinamarca, que apresentou crescimento de 0,9%. Já as maiores quedas ocorreram nos Países Baixos (-1,4%), Estônia (-1,2%) e Portugal (-0,7%). Alemanha e França, que representam as maiores economias da Zona do Euro, apresentaram resultados díspares :a Alemanha apresentou crescimento de 0,8% a França manteve a estabilidade (0,0%).

    Entre os componentes do PIB pela ótica da demanda, destaque para o Consumo das Famílias, com crescimento de 0,1% na Zona do Euro, ante estabilidade no trimestre imediatamente anterior (0,0%). Em segundo plano, a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou crescimento de 0,3% no primeiro trimestre de 2014, ante 0,9% no trimestre imediatamente anterior.

    PMI da Zona do Euro sofre leve queda

    O Índice de Gerência de Compras (PMI) composto da Zona do Euro chegou a 53,5 pontos em maio, ante 54,0 em abril, de acordo com dados divulgados hoje (04/06) pelo instituto Markit. O resultado veio abaixo da prévia divulgada pela própria Markit (53,9). Apesar da ligeira queda na margem, o resultado ainda mostra expansão da atividade econômica, por permanecer acima dos 50 pontos.

    O PMI de Serviços da Zona do Euro, entretanto, chegou a 53,2 pontos, ligeira aceleração em relação ao mês imediatamente anterior, mas abaixo da prévia (53,5 pontos). Tanto a criação de empregos quanto as novas perspectivas ajudaram a alavancar o PMI em vários países. Outro dado positivo foi a aceleração da inflação de serviços na Zona do Euro, já que o temor da deflação ronda a região.

    França e Alemanha, as maiores economias da Zona do Euro, apresentaram resultados contrastantes. Enquanto o PMI de Serviços da economia francesa continuou em retração (49,3 pontos), o PMI alemão situa-se em patamar avançado (55,6 pontos), evidenciando a expectativa de fortalecimento da economia alemã.

    De acordo com o economista chefe da Markit, Chris Williamson, apesar da ligeira queda em maio, a expectativa para o PIB da Zona do Euro é de crescimento entre 0,4% e 0,5%, o que signifca aceleração nesse segundo trimestre, ante crescimento de 0,2% do PIB no primeiro trimestre. O economista ainda afirma que a França é a grande preocupação da região, principalmente pelo índice que mensura o clima de negócios.

     
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