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Informativo eletrônico - Edição 1524 Sexta-Feira, 29 de agosto de 2014
 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão. Veja os destaques desta edição:

Economia Brasileira

  • Economia brasileira entra em recessão

    Economia Internacional

  • PIB dos EUA avança 4,2% no segundo trimestre
  • Taxa de desemprego na Zona do Euro permanece em 11,5%

    Agenda Semanal

  • Economia brasileira entra em recessão

    Na manhã desta sexta-feira (29/08), o IBGE divulgou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2014. De acordo com a instituição, o PIB a preços de mercado apresentou queda de 0,6% em relação ao primeiro trimestre de 2014, após ajuste sazonal, frustrando as projeções do Depecon/FIESP (-0,2%) e do mercado (-0,4%). Dada a revisão do resultado no primeiro trimestre de uma ligeira alta de 0,2% para um recuo de igual magnitude, a economia brasileira já exibe um quadro de recessão técnica.

    Na comparação com igual período de 2013, o PIB brasileiro recuou 0,9% entre abril e junho de 2014, a taxa mais fraca desde o terceiro trimestre de 2009. Em relação ao índice acumulado nos últimos quatro trimestres, o crescimento do PIB desacelerou de 2,5% entre janeiro e março para 1,4% nos três meses seguintes. Já no acumulado do primeiro semestre deste ano, frente a idêntico período de 2013, a taxa de expansão retraiu de 1,9% para 0,5%.

    Sob a ótica da Oferta, apenas a Agropecuária avançou (+0,2%) no segundo trimestre, em relação ao trimestre imediatamente anterior, na série dessazonalizada. O setor de Serviços registrou queda de 0,5% no período, o pior resultado desde o primeiro trimestre do ano passado, devido especialmente à menor atividade do Comércio, que sofreu perda de 2,2%. Entretanto, o resultado mais preocupante foi apresentado pelo PIB da Indústria, que entre abril e junho completou quatro trimestres consecutivos de redução, ao variar -1,5%, a pior taxa desde o segundo trimestre de 2012. Dentre os seus componentes, a Construção Civil (-2,9%) e a Indústria de Transformação (-2,4%) reportaram os resultados mais dramáticos, marcando também o quarto recuo seguido. A piora de fatores domésticos, tais como os níveis deprimidos da confiança do empresariado, o aumento da taxa de juros, os elevados níveis de estoques, e externos, com destaque à crise econômica da Argentina, explicam a trajetória cadente do segundo setor. Por sua vez, a Indústria Extrativa cresceu 3,2% no segundo trimestre, anotando a quinta taxa positiva consecutiva, enquanto o componente de SIUP (Serviços Industriais de Utilidade Pública) declinou 1,0% no período, anulando a alta de 0,7% verificada nos três meses anteriores.

    Ainda em relação ao lado da Oferta, vale a pena destacar os impactos da forte desaceleração da receita nominal de serviços, conforme divulgado pela PMS (Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE), e da contração da indústria sobre o fraco desempenho do setor terciário. No que diz respeito à Agropecuária, em termos gerais, os ganhos observados nas lavouras de soja e arroz foram compensados pelas perdas relativas nas culturas de milho e café.

    Já pela ótica da Demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) foi o grande destaque negativo. Após recuarem 1,7% no terceiro e 1,9% no quarto trimestre de 2013, os investimentos sofreram perdas de 2,8% entre janeiro e março e 5,3% nos três meses seguintes de 2014, sempre na comparação com o trimestre imediatamente anterior, descontados os efeitos sazonais. A significativa contração registrada no segundo trimestre deste ano foi a maior desde o primeiro trimestre de 2009, no auge da crise global. Esse fraco resultado veio em linha com a retração no volume produzido de insumos típicos da construção civil e a queda do consumo aparente de bens de capital no período.

    O Consumo das Famílias expandiu em 0,3% entre abril e junho, após ter registrado recuo de 0,2% nos três meses precedentes, confirmando a acomodação do consumo na economia brasileira, devido, entre outros fatores, aos menores ganhos de renda real, ao elevado nível de endividamento das famílias, às maiores restrições no mercado de crédito (relacionadas ao aumento da taxa doméstica de juros) e à piora das condições do mercado de trabalho. O setor externo também contribuiu positivamente no segundo trimestre, já que as Exportações cresceram 2,8% e as Importações declinaram 2,1%, em que pese a fraca base comparativa das vendas externas (contração de 3,8% no primeiro trimestre do ano). E, por fim, o Consumo do Governo caiu 0,7% no segundo trimestre, anulando a alta de 0,4% apresentada no período anterior.

    Esses resultados, combinados com a contínua deterioração dos fundamentos econômicos, não nos permitem vislumbrar uma recuperação consistente da economia brasileira nos próximos trimestres.

    PIB dos EUA avança 4,2% no segundo trimestre

    O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos apresentou crescimento de 4,2% no segundo trimestre de 2014, em taxas anualizadas, de acordo com dados divulgados ontem (28/08) pelo Departamento de Análise Econômica (BEA) do país. Na primeira prévia, o PIB havia crescido 4,0%. No primeiro trimestre, na mesma base de comparação, o PIB apresentou recuo de 2,1% devido às adversidades climáticas.

    Os gastos com consumo cresceram 2,5% nesse segundo trimestre, resultado que demonstra aceleração em relação ao primeiro trimestre (1,2%). O forte avanço no consumo foi devido às vendas de bens de consumo duráveis, cujo crescimento foi de 14,3%, ante 4,2% no primeiro trimestre. Bens de Consumo não duráveis avançou 1,9%, a mesma taxa do trimestre anterior.

    O investimento fixo no país apresentou crescimento de 8,4% no segundo trimestre, apresentando forte aceleração em relação ao primeiro trimestre, quando a taxa registrada foi de 1,6%. Em relação às contas externas, as exportações de bens e serviços também continuaram no mesmo ímpeto de crescimento do trimestre anterior, passando de 9,2% para 10,1%. Já as importações apresentaram crescimento de 11,0%, ante 2,0% no primeiro trimestre.

    O resultado efetivo do PIB americano evidencia a retomada da atividade econômica no país. Juntos com os índices de preços, produção industrial e os indicadores do mercado de trabalho, sendo que este último ainda demonstra certa instabilidade, a economia mostra sinais de recuperação. Com isso, as expectativas de um possível aumento das taxa de juros americana, com uma continuação de um crescimento mais forte, aumentam.

    Taxa de desemprego na Zona do Euro permanece em 11,5%

    A taxa de desemprego na Zona do Euro permaneceu em 11,5% em julho, livre de influências sazonais, de acordo com dados divulgados hoje (29/08) pelo Departamento de Estatísticas da União Europeia (Destatis). O resultado permanece no mesmo patamar de junho, todavia, em comparação a julho de 2013, o resultado mostra melhora no emprego (11,9%).

    Dentre os países que fazem parte da União Europeia, os destaques negativos vão para Espanha (24,5%), apesar da melhora em relação a junho (26,2%), Croácia (24,5%) e Chipre (16,2%). Já os destaques positivos vão para Alemanha (4,9%), Áustria (4,9%) e Malta (5,7%). França, uma das economias mais avançadas da região, registrou taxa de desemprego de 10,3%.

    Entre os jovens – pessoas abaixo de 25 anos-, a taxa de desemprego chegou a 23,2%, ante 24,0% no mesmo período do ano anterior. As menores taxas se encontram na Alemanha (7,8%), Áustria (9,3%) e Holanda (10,4%) enquanto que na Espanha (53,8%), Grécia (53,1%) e Itália (42,9%), as taxas continuam muito elevadas.

     
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