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Informativo eletrônico - Edição 1548 Quinta-Feira, 02 de outubro de 2014
 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão. Veja os destaques desta edição:

Economia Brasileira

  • Produção industrial avança em setembro influenciada pelos setores extrativos
  • Balança Comercial apresenta déficit de US$ 939 milhões em setembro
  • FIPE: Inflação paulista desacelera em setembro
  • PMI da indústria de transformação recua para 49,3 pontos

  • Produção industrial avança em setembro influenciada pelos setores extrativos

    A produção industrial apontou avanço de 0,7% em agosto, livre de influências sazonais, de acordo com dados divulgados hoje (02/10) pelo IBGE em Pesquisa Industrial Mensal (PIM). O resultado após um avanço de igual magnitude em julho (0,7%), mês que recompôs as perdas apresentadas em junho devido as paralisações parciais referentes à Copa do Mundo. Entretanto, essa leve sequência não recupera totalmente a perda de 3,4% na sequência de março a junho, quando a indústria presentou quatro meses seguidas de retração em sua produção.

    Em relação ao mesmo período do ano anterior, a produção industrial registrou queda de 5,4%, denotando que apesar da leve recuperação na margem, o nível da produção industrial está muito aquém do apresentado no ano passado. No acumulado em doze meses, a indústria registrou recuo de 1,8%, constituindo o pior resultado desde dezembro de 2012 (-2,3%). Já no acumulado de janeiro a agosto, ante mesmo período do ano anterior, a indústria apresenta uma queda de 3,1%.

    O avanço na produção em agosto, frente ao resultado de julho, foi disseminado entre os setores analisados, alcançado 14 dos 24 ramos. Destaque para o avanço na indústria extrativa (2,4%), que desde fevereiro acumulou ganho de 7,3%, impulsionados pela maior produção de petróleo e minério de ferro. Além desta, as seguintes atividades apresentaram importantes contribuições: Máquinas e Equipamentos (3,9%), Produtos Derivados do Petróleo (1,5%), Produtos Alimentícios (1,1%), Borracha e Material Plástico (4,1%). Já entre os setores que apresentaram quedas na produção, destaque para o segmento de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (-1,5%), influenciado pela queda na produção de veículos apontada pela ANFAVEA (-0,5%). A atividade de Bebidas (-6,1%) também mostrou recuo, além de Outros Equipamentos de Transporte (-6,9%), Produtos Farmacêuticos e Farmoquímicos (-7,4%) e Perfumaria, Sabões e Detergentes (-4,2%).

    Entre as categorias de uso, destaque para o avanço de 1,1% na produção de Bens Intermediários, impulsionado pela indústria química e produção de derivados de petróleo, enquanto que Bens de Capital apresentou estabilidade (0,0%), longe de recuperar a perda de 19,4% entre março e junho. Já a categoria de Bens de Consumo Duráveis apresentou recuo de 3,0% enquanto a produção de Bens de Consumo Semi e Não Duráveis diminuiu 0,8%.

    Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi vista em 21 dos 26 setores analisados, valendo ressaltar a contribuição dos dias uteis, já que em agosto de 2013 tivemos 22 dias, um a mais do que agosto deste ano (21 dias). Destaque para a queda de 25,6% na produção de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias, com recuo generalizada entre os produtos desta atividade. A produção na indústria de Alimentos recuou 4,0%, assim como Metalurgia (-11,2%), Produtos de Metal (-12,0%), Máquinas e Equipamentos (-6,6%), Borracha e Material Plástico (-8,5%) e Máquinas, aparelhos e Materiais Elétricos (-9,4%). Entre os destaques positivos, novamente, os produtos ligados à indústria extrativa, que apontou crescimento de 7,6% na comparação interanual e para produtos derivados de petróleo e biocombustível (5,3%).

    Entre as categorias de uso, considerando a métrica interanual, destaque para os fortes recuos em Bens de Consumo Duráveis (-17,9%), influenciado pela menor produção de veículos automotores e eletrodomésticos; e a queda na categoria de Bens de Capital (-13,4%), impactada pela produção de equipamentos de transporte. Os Bens Intermediários (-3,3%) e Bens de Consumo Semi e Não-Duráveis (-3,1%) apresentaram quedas mais moderadas, além de abaixo da queda da produção total da indústria (-5,4%).

    De forma geral, o avanço da produção industrial registrado em agosto, na mesma magnitude da alta observada em julho, mostrou continuidade da recomposição apenas parcial das perdas acumuladas nos meses anteriores. Por isso, não avaliamos esse resultado positivo como um sinal consistente de retomada da atividade industrial brasileira, tendo em vista que alguns condicionantes, como os níveis de confiança do empresariado e de estoques seguem apontando para baixo dinamismo do setor. Por fim, dado este resultado, esperamos fraco desempenho da indústria no terceiro trimestre, em linha com o apresentado nos últimos trimestres.

    Balança Comercial apresenta déficit de US$ 939 milhões em setembro

    Na tarde desta quarta-feira (01/10), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os dados relativos à balança comercial brasileira. De acordo com os dados, no mês de setembro, o saldo da balança comercial apresentou déficit de US$ 939 milhões, forte disparidade com o apresentado em setembro de 2013 (superávit de US$ 1,992 bilhão), levando o saldo comercial acumulado no ano a uma posição deficitária de US$ 690 milhões.

    De acordo com o último boletim Focus (29/09) o mercado espera um superávit de US$ 2,40 bilhões para o ano de 2014, inferior ao apresentado no ano de 2013 (US$ 2,56 bilhões).

    O resultado negativo deste mês é reflexo da queda das exportações em todas as categorias de produtos (queda de 10,2% em relação à média de dias úteis de setembro de 2013, totalizando US$ 19,6 bilhões), enquanto as importações apresentaram alta no mês (US$ 20,6 bilhões, crescimento de 4% em relação à média diária de setembro de 2013). O saldo da balança comercial resultado dos seguintes volumes: exportações de US$ 19,617 bilhões e importações de US$ 20,556 bilhões.

    Com relação às exportações, houve retração de 15,1% dos produtos básicos, principalmente por conta do milho, soja, petróleo em bruto, carnes e minério de ferro, enquanto as vendas de manufatura e semimanufaturados recuaram 8,0% e 2,9%, respectivamente. Já com relação às importações, seu resultado foi, em grande parte, influenciado pelo aumento da compra de combustíveis e lubrificantes (41,5%), produtos farmacêuticos (25,9%), adubos e fertilizantes (3,6%) e plásticos e obras (1,7%).

    Em 2014, os principais países destino das exportações brasileiras são: China (US$ 34,6 bilhões), Estados Unidos (US$ 20,2 bilhões), Países Baixos (US$ 10,5 bilhões) e Japão (US$ 5 bilhões). Já as maiores fontes de importação no ano foram: China (US$ 28 bilhões), Estados Unidos (US$ 26,7 bilhões), Alemanha (US$ 10,8 bilhões), Argentina (US$ 10,6 bilhões) e Nigéria (US$ 7,1 bilhões).

    O MDIC destaca que, no acumulado de janeiro a setembro, as exportações de soja em grão, farelo de soja, carne bovina, celulose, couros e peles, minério de cobre, medicamentos e obras de granito bateram recorde em valor. As exportações de minério de ferro também alcançaram maior volume histórico, atenuando, assim, o efeito causado pela queda de seu preço no mercado internacional.

    FIPE: Inflação paulista desacelera em setembro

    O Índice de Preços da cidade de São Paulo apresentou variação de 0,21% em setembro, de acordo com dados divulgados hoje (02/10) pela FIPE. O índice mostra certa desaceleração, já que em agosto a variação registrada foi de 0,34%. No mesmo período do ano anterior, a variação apresentada foi de 0,25%. No acumulado em doze meses, o índice registrado é de 5,45%, ao passo que no acumulado do ano, o IPC-FIPE chegou a 3,79%.

    A principal causa da desaceleração em setembro foi a queda nos preços de Habitação (-0,22%), ante aumento de 1,20% em agosto, decorrente dos aumentos nas tarifas de energia elétrica. Alimentação passou de -0,43% para 0,72%, enquanto que Transportes (0,13%) avançou 0,02 p.p. Além destes, as seguintes atividades também avançaram na margem: Despesas Pessoais (0,25% para 0,29%), Saúde (0,34% para 0,47%), Vestuário (-0,22% para 0,22%) e Educação (0,01% para 0,10%).

    PMI da indústria de transformação recua para 49,3 pontos

    Segundo o instituto Markit, o Índice de Gerência (PMI) da indústria de transformação do Brasil ficou abaixo marca dos 50,0 pontos em setembro, chegando ao nível de 49,3 pontos, ante 50,2 pontos em agosto, conforme os dados divulgados ontem (01/10). Leituras abaixo de 50,0 pontos indicam contração na atividade do setor. Com o resultado de setembro, o PMI da indústria brasileira fechou o terceiro trimestre de 2014 em 49,6 pontos, sugerindo que o setor segue em contração, assim como aferido no segundo trimestre do ano.

    O resultado de setembro reflete a diminuição no volume de produção dos fabricantes brasileiros, em especial devido à proximidade das eleições e ao alto volume de estoques. Além disso, com o enfraquecimento da demanda, foi visto nova queda no volume de novos pedidos (a quinta em seis meses). Uma leve redução nas atividades de compra entre os fabricantes brasileiros também foi registrada. Também vale ressaltar que em setembro, pela primeira vez nos últimos sessenta e uns meses, foi registrado queda nos preços de insumos em todas as categorias, exceto bens de capital, que permaneceram inalterados.

    Também foi divulgado pelo instituto Markit e pelo JP Morgan o PMI da indústria de transformação Global, que passou do nível de 52,5 pontos em agosto para 52,2 pontos em setembro. De acordo com a leitura, o índice sinaliza que o setor industrial manteve seu crescimento de maneira sólida no mês, apesar do aumento da produção não estar seguindo o ritmo imposto pelo PMI. Os maiores avanços destacam-se nos Estados Unidos, República Tcheca, Irlanda, Taiwan e Canadá.

     
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