Se você não está conseguindo visualizar este e-mail, clique aqui.

Informativo eletrônico - Edição 1571 Terça-Feira, 04 de novembro de 2014
 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão. Veja os destaques desta edição:

Economia Brasileira

  • Produção industrial recua 0,2% em setembro
  • Balança Comercial registra déficit de US$ 1,177 bilhões em outubro

    Economia Internacional

  • PMI: Atividade industrial apresenta queda em outubro

  • Produção industrial recua 0,2% em setembro

    A produção industrial apresentou queda de 0,2% em setembro, livre de influências sazonais, de acordo com dados divulgados hoje (04/11) pelo IBGE em sua Pesquisa Industrial Mensal (PIM). O resultado veio em linha com a projeção do Depecon/Fiesp (-0,1%) e abaixo da média do mercado, que projetava elevação de 0,2%. A leitura destoa dos dois últimos meses, visto que a atividade do setor avançou 0,7% em julho e 0,6% em agosto. Ao se considerar o resultado acumulado em doze meses findo em setembro, a produção industrial recuou 2,2%, a maior queda desde dezembro de 2012 considerando este tipo de análise.

    A perda de produção em setembro reflete o desempenho tanto na indústria de transformação (-0,1%), quanto na extrativa (-0,2%), já dessazonalizada. Os resultados veem após aumentos de 0,1% e 2,3%, respectivamente, no mês de agosto. Vale ressaltar que na métrica interanual a indústria extrativa ainda exibe bons resultados (+9,5%), ao passo que a indústria de transformação registra perdas de maior magnitude (-3,4%).

    Das 24 atividades analisadas pela pesquisa, apenas 7 apontaram queda na produção, sinalizando que o recuo da PIM em setembro teve caráter concentrado. Destaque para diminuição em Produtos Alimentícios (-4,1%), atividade de maior peso na pesquisa; além da atividade de Produtos Derivados de Petróleo e Biocombustíveis (-1,3%), Produtos de Metal (-2,6%) e Outros Equipamentos de Transporte (-2,7%). Em sentido oposto, dentre as atividades que apresentaram avanço na leitura atual, o destaque ficou com o aumento na produção de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (10,1%), em linha com o número divulgado pela Anfavea (15,3%). Também apontaram crescimento: Produtos Farmacêuticos e Farmoquímicos (10,1%); Borracha e Material Plástico (4,6%); Metalurgia (2,0%) e Produtos Diversos (6,3%). Todos os dados são apresentados sem os efeitos das sazonalidades.

    Na abertura por categorias de uso, ênfase para a produção de Bens de Consumo Duráveis, cujo avanço de 8,0% na passagem de agosto para setembro foi sustentado pelo aumento na produção de veículos. A categoria de Bens de Capital cresceu 1,9%, ao passo que Bens de Consumo Semi e não Duráveis expandiu 0,8%. A única categoria que apontou recuo foi a de Bens Intermediários, apresentando variação negativa de 1,6%.

    Em relação ao mesmo período do ano anterior, a produção industrial no nono mês apresentou a sétima taxa negativa seguida, exibindo perdas de 2,1% em relação a setembro de 2013 - mesmo com um dia útil a mais do que o registrado no ano passado.

    Na comparação interanual, 16 das 26 atividades avaliadas apontaram retração da produção, com destaque para a forte queda na produção de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (-14,3%); bem como os resultados visto para a Produtos Alimentícios (-6,7%); Produtos de Metal (-11,4%); Metalurgia (-6,5%); Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (-5,3%); Máquinas e Equipamentos (-2,4%). Já os destaques positivos ficam por conta das seguintes atividades: Indústria Extrativa (9,4%), evidenciado pela maior produção de petróleo em novas plataformas, Produtos derivados de Petróleo e biocombustíveis (7,0%); Produtos Farmoquímicos (8,5%) e Impressão e Reprodução de gravações (13,9%).

    A partir da leitura atual, foi registrado diminuição de 0,2% na produção do terceiro trimestre, frente ao resultado visto no segundo (já expurgados os efeitos sazonais). Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda foi mais intensa, chegando a 3,7%. Na abertura por categoria de uso, na comparação mensal, destaque para o aumento de 4,1% na produção de Bens de Capital no terceiro trimestre, resultado amenizado pela queda de 0,1% na produção de Bens Intermediários e 0,8% na produção de Bens de Consumo (tendo esta categoria aumento 3,4% no seguimento de duráveis, e reduzido 0,4% a produção de semiduráveis e não duráveis).

    Em suma, a variação ligeiramente negativa da produção industrial em setembro interrompeu dois meses consecutivos de crescimento, reforçando a avaliação de baixo dinamismo do setor. Vale destacar, entretanto, o perfil concentrado da queda entre os ramos pesquisados, com destaque à forte influência exercida pela fabricação de produtos alimentícios, cujo declínio refletiu a desaceleração da renda real e o subsequente arrefecimento do consumo das famílias. Nos próximos meses, a indústria não deverá mostrar uma retomada, em linha com a fraqueza dos fundamentos econômicos. Com isso, projetamos uma contração em torno de 3% para a produção física do setor em 2014.

    Balança Comercial registra déficit de US$ 1,177 bilhões em outubro

    Ontem (03/11) foram divulgados pelo MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) os dados referentes à balança comercial brasileira. De acordo com a publicação, no mês de outubro registrou-se déficit de US$ 1,177 bilhão no saldo da balança comercial. Houve uma considerável piora na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando foi apresentou déficit de US$ 230 milhões. No saldo comercial acumulado no ano, a balança se mostra negativa em US$ 1,871 bilhão.

    O último boletim Focus (03/11) informa que o mercado espera superávit de US$ 2,00 bilhões para 2014, resultado abaixo do registrado no ano de 2013, ano em que o saldo acumulado da balança comercial no ano foi de US$ 2,56 bilhões. Para as projeções serem realizadas, será necessário significativo saldo positivo nos dois últimos meses do ano.

    O resultado do mês de outubro é reflexo da redução das exportações, as quais, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, caíram 19,7%, totalizando US$ 18,330 bilhões. Já as importações apresentaram queda de 15,4% na comparação com outubro de 2013, chegando no nível de US$ 19,507 bilhões em outubro. No que diz respeito ao acumulado no ano, as exportações apresentam resultado de US$ 191,97 bilhões, ao passo que as importações somam US$ 193,84 bilhões no ano.

    Na abertura por produtos, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, observa-se no lado das exportações queda nas vendas de material de transporte (-62,7%), minérios (-40,0%) e soja (-37,1%). Por outro lado, houve aumento nas vendas de café (42,4%) e suco de laranja (40,3%). No que tange as importações, na mesma base de comparação, houve queda nas compras de combustíveis e lubrificantes (-34,0%), cobre (-30,9%), cereais (-30,6%), algodão (-30,2%) e veículos automóveis e partes (-29,2%). Entretanto, houve aumento nas compras de alumínio (24,7%), adubos e fertilizantes (21,9%) e aeronaves e peças (19,5%).

    Até o mês de outubro, os principais destinos das exportações brasileiras são: China (US$ 36,7 bilhões), Estados Unidos (US$ 22,4 bilhões), Argentina (US$ 12,2 bilhões), Países Baixos (US$ 11,5 bilhões) e Japão (US$ 5,6 bilhões). Por outro lado, as principais fontes de importação em 2014 foram: China (US$ 31,5 bilhões), Estados Unidos (US$ 29,8 bilhões), Alemanha (US$ 11,9 bilhões), Argentina (US$ 11,8 bilhões) e Nigéria (US$ 7,8 bilhões).

    O MDIC destaca que o mês de dezembro é tradicionalmente superavitário, de modo que compensará as perdas acumuladas no ano. Também ressalta uma expectativa otimista no que diz respeito a conta-petróleo, principalmente em se tratando das exportações. Por fim, as exportações de carne têm ganho vigor no fim de ano, podendo impactar positivamente o saldo ao fim de 2014.

    PMI: Atividade industrial apresenta queda em outubro

    Nesta segunda-feira (03/11) a HSBC/Markit divulgou o Índice de Gerência de Compras (PMI) da indústria de transformação do Brasil. Segundo a leitura, já descontados os efeitos sazonais, o indicador sofreu em outubro a sexta queda em sete meses, atingindo 49,1 pontos, ante 49,3 pontos no mês anterior. Assim, o índice sugere uma contração na atividade do setor, uma vez que encontra-se abaixo do nível dos 50,0 pontos.

    Tal resultado reflete a segunda queda consecutiva nas condições de negócios, sendo que a piora é explicada pela redução acelerada nos níveis da produção e pela diminuição do número de novos pedidos. No que diz respeito à produção, a influência negativa das eleições, em conjunto com o enfraquecimento do mercado, fez com que os fabricantes reajustassem suas produções. Destaque para as empresas de bens de capital, cuja diminuição na produção compensou as expansões dos demais subsetores. Já em relação aos novos pedidos, a categoria de bens de investimento apresentou o pior desempenho no período.

    O cenário desfavorável para a indústria de transformação brasileira fez com que a atividade de compra fosse reduzida em outubro. Já em relação aos níveis de estoque de produtos acabados, houve estabilidade em outubro.

    Segundo economista do HSBC, a queda do PMI Industrial no mês de outubro se deu em praticamente todos os sub-índices, com destaque para o resultado negativo da produção. Por fim, tendo como base um cenário industrial arrefecido, as expectativas são de um último trimestre que apresentará grandes dificuldades para o setor.

     
     Copyright © 2014 Fiesp. Todos os direitos reservados. Dúvidas e sugestões, clique aqui
    Se você não deseja mais receber esse informativo, clique aqui.

    Macro Visão é uma publicação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e
    do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

    Av. Paulista, 1313 - 5º andar - Cep 01311-923 - Tel.: 11 3549-4316

    Diretor Titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos: Paulo Francini