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Informativo eletrônico - Edição 1589 Terça-Feira, 02 de dezembro de 2014
 

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Você está recebendo o Macro Visão. Veja os destaques desta edição:

Economia Brasileira

  • Produção industrial fica estável em outubro
  • Balança Comercial exibe déficit de US$ 2,350 bilhões em novembro

    Economia Internacional

  • EUA: Indústria de Transformação segue em ritmo expansivo

  • Produção industrial fica estável em outubro

    A produção industrial se manteve estável (0,0%) na passagem de setembro para outubro, livre de influências sazonais. Os dados foram divulgados hoje (02/12) pelo IBGE em sua Pesquisa Industrial Mensal (PIM). O resultado veio abaixo da média de projeções do mercado (0,4%) e da projeção do Depecon/Fiesp (0,6%), recordando que esta estabilidade vem após uma queda de 0,2% na produção do setor em setembro.

    Em relação ao mesmo período do ano anterior, o recuo da indústria foi de 3,6%, constituindo a oitava taxa negativa nesta métrica de comparação. No acumulado do ano de janeiro a outubro, foi apresentado queda de 3,0% da produção industrial, quando comparado com igual período de 2013. Já no acumulado em doze meses, o recuo de 2,6% em outubro supera aquele aferido no mês anterior (-2,2%).

    A indústria de transformação registrou avanço de 0,2% na margem, já expurgados os efeitos sazonais, ao passo que a indústria extrativa registrou estabilidade (0,0%) na passagem de setembro para outubro. Na métrica interanual, a indústria de transformação e a extrativa mostram resultados dispares. A primeira apontou queda de 4,7% (oitava redução seguida nesta base de comparação) enquanto que a segunda mostra avanço de 6,3% (chegando ao decimo avanço consecutivo nesta métrica).

    Dos 24 ramos da indústria pesquisados, 16 mostraram recuos na passagem mensal, com destaque para a queda na atividade de produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-9,7%) e veículos automotores, reboques e carroças (-2,2%), tendo este último resultado ficado em linha com aquele apresentado pela Anfavea no que tange a produção de autoveículos (-4,3%). Destaque também para as quedas de Minerais não-metálicos (-2,1%) e borracha e material plástico (-1,7%). Entre os segmentos que apresentaram avanço em outubro, destaque para produtos alimentícios (2,5%), além de equipamentos de informáticas, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%), produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (0,9%) e outros equipamentos de transporte (5,0%).

    Na abertura por categoria de uso, foi apresentado estabilidade tanto na produção de bens intermediários quanto bens de capital (0,0%), tendo a indústria sofrido com o impacto negativo da produção nas categorias de bens de consumo não duráveis (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%).

    No que tange a comparação interanual, 23 das 26 atividades analisadas pelo IBGE mostraram queda na produção, com destaque para os seguintes grupos: Veículos automotores (-16,5%), influenciado pela menor produção de automóveis; Produtos de Metal (-13,9%), com menor produção de estruturas de ferro e aço; Máquinas e Equipamentos (-8,0%) com redução na produção de capital agrícola; e Minerais não metálicos (-4,6%), com menor produção de cimentos. Já as atividades que mostraram avanço, destaque para a produção de Coque, combustíveis e derivados de petróleo, que cresceu 6,3%, impactados pela maior produção de álcool e óleo diesel.

    Em síntese, a estabilidade da produção industrial em outubro reforça o diagnóstico de baixo dinamismo do setor. O predomínio de atividades com recuo na produção e as variações nulas das categorias de bens de capital e bens duráveis no mês ilustram a morosidade por que passa a indústria de transformação brasileira. Para os próximos meses, a indústria não deverá mostrar uma melhora substancial, tendo em vista, entre outros elementos, os índices de confiança do empresariado em níveis ainda bastante deprimidos, a moderação do mercado de trabalho e o subsequente arrefecimento do consumo doméstico. De fato, nosso prognóstico aponta para uma contração da produção industrial em torno de 2,5% em 2014.

    Balança Comercial exibe déficit de US$ 2,350 bilhões em novembro

    Na tarde de ontem (01/12) o MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) divulgou os dados relativos à balança comercial brasileira. Segundo a leitura, no mês de novembro verificou-se déficit de US$ 2,350 bilhões no saldo comercial. Vale lembrar que no mesmo mês do ano anterior, a balança havia apresentado superávit de US$ 1,738 bilhões.

    Com o resultado de novembro, o pior para o mês desde 1980, o saldo comercial negativo acumulado no ano foi intensificado, ficando deficitário em US$ 4,221 bilhões de janeiro a novembro. De acordo com o mais recente boletim Focus (01/12), o mercado espera um resultado nulo (US$ 0,00 bilhão) para o saldo comercial em 2014. Para que a projeção seja realizada, será necessário um resultado positivo em dezembro superior aos US$ 4,221 bilhões deficitários no ano, volume este superado apenas no decimo segundo mês de 2005, 2006 e 2010, anos totalmente dispares da conjuntura atual.

    O saldo negativo registrado no mês de novembro é explicado pelo resultado das exportações, que na comparação com 2013 variaram de US$ 20,861 bilhões para US$ 15,646 bilhões, representando uma queda de 25,0%. As importações, por outro lado, apresentaram recuo de apenas 5,9%, na mesma base comparativa, passando de US$ 19,123 bilhões em novembro de 2013 para US$ 17,996 bilhões. No resultado acumulado no ano, as exportações registram US$ 207,611 bilhões, frente ao resultado de US$ 211,823 bilhões registrado nas importações.

    Na abertura por categorias de produtos, comparando seu resultado com aquele visto no mesmo mês do ano anterior, destaca-se pelo lado das exportações o recuo de manufaturados (-31,7%), seguido pela retração nas exportações de produtos básicos (-25,0%) e de semimanufaturados (-6,2%). Já a queda das importações, por sua vez, é reflexo da diminuição das compras de instrumentos de ótica e pressão (-37,2%), cereais (-30,6%) e borracha e obras (-26,0%). Vale salientar que as importações de combustíveis e lubrificantes avançaram 9,1% na passagem interanual.

    No resultado do ano até o mês de novembro, os principais destinos das exportações brasileiras são: China (US$ 38,5 bilhões), Estados Unidos (US$ 24,7 bilhões), Argentina (US$ 13,3 bilhões), Países Baixos (US$ 12,3 bilhões) e Alemanha (US$ 6,1 bilhões). Já em se tratando do nível de importações, os principais países são: China (US$ 31,5 bilhões), Estados Unidos (US$ 29,8 bilhões), Alemanha (US$ 11,9 bilhões), Argentina (US$ 11,8 bilhões) e Nigéria (US$ 7,8 bilhões).

    Por fim, o resultado do mês de novembro fez com que o MDIC reavaliasse a sua projeção para o ano de 2014, passando de um pequeno superávit para uma expectativa de déficit, por mais que o mês de dezembro seja tradicionalmente superavitário.

    EUA: Indústria de Transformação segue em ritmo expansivo

    Ontem (01/12) foi divulgado pelo instituto Markit o resultado do Índice de Gerência de Compras (PMI) da Indústria de Transformação dos Estados Unidos. De acordo com a leitura, descontados os efeitos sazonais, no mês de novembro o índice sofreu queda, passando de 55,9 para 54,8 pontos. Apesar desse recuo, o índice mantém-se em alto patamar, mostrando nova expansão da atividade fabril no decimo primeiro mês do ano.

    Ainda assim, de acordo com economista-chefe do instituto Markit, apesar de expansivo, a taxa de crescimento da indústria de transformação do país desacelerou pelo terceiro mês consecutivo, sendo que, em conjunto com o arrefecimento do nível de novas encomendas, o crescimento da produção pode continuar a diminuir no mês de dezembro.

    Também foi divulgado ontem (01/12) o Índice de Gerência de Compras (PMI) da Indústria de Transformação pelo Institute for Supply Management (ISM). De acordo com a leitura, o índice caiu para 58,7% no mês de novembro, uma diminuição de 0,3p.p. frente o resultado de outubro. O patamar do índice também sinaliza forte expansão da atividade.

    Portanto, o resultado do índice divulgado pela ISM encontra-se em linha com o apresentado pelo instituto Markit, uma vez que ambas apontam desaceleração da produção na margem, mas ainda assim, o setor exibe forte crescimento industrial em novembro. Por fim, fica a aposta de um novo resultado positivo no produto interno americano no quarto trimestre do ano, fortalecendo também a convicção de que a desaceleração econômica global tem impacto modesto no desempenho da economia dos Estados Unidos.

     
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