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Informativo eletrônico - Edição 1623 Terça-Feira, 03 de fevereiro de 2015
 

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Economia Brasileira

  • Produção da indústria brasileira recua 3,2% em 2014
  • Balança Comercial registra déficit de US$ 3,174 bilhões em Janeiro
  • PMI industrial brasileiro cresce em janeiro

    Dados da Economia Brasileira

  • Produção da indústria brasileira recua 3,2% em 2014

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (03/02) o resultado de sua Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF). Segundo a publicação, a produção industrial brasileira registrou queda de 3,2% em 2014, frente ao ano anterior, refletindo a forte queda na indústria de transformação (-4,3%). A indústria extrativa, por sua vez, amenizou a queda ao avançar 5,7%, na mesma base comparativa. O resultado de 2014 anula o aumento de 2,1% da produção do setor em 2013, e ainda registra a maior queda anual desde 2009 (-7,1%) – ano da crise internacional.

    O resultado de 2014 se concretizou após divulgada a queda de 2,8% da produção no mês de dezembro, frente ao mês imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais. A leitura surpreendeu negativamente as projeções do mercado (-2,4%) e do Depecon/Fiesp (-1,3%). Este resultado reflete a queda da indústria de transformação (-3,5%), ao passo que a indústria extrativa mostrou avanço (0,5%) na margem. Vale ressaltar ainda a expressiva perda aferida pelos bens de capital, na abertura por categoria de uso, cuja produção caiu 23,0% em dezembro, levando a produção destes bens a diminuírem 7,4% no quatro trimestre de 2014, frente ao trimestre anterior, indicando significativa queda dos investimentos nos três últimos meses do ano passado.

    Quanto ao quarto trimestre de 2014, a produção industrial aferiu retração de 1,6%, frente o trimestre imediatamente anterior e livre de influências sazonais. Novamente nesta métrica os subsetores industriais exibiram resultados dispares, com a indústria de transformação recuando 2,0%, ao passo que a extrativa apresentou crescimento de 0,5% (considerando a mesma base comparativa).

    Voltando ao resultado acumulado para 2014, dentre os 25 ramos da indústria de transformação que são abrangidos pela pesquisa, 20 apresentaram taxa negativas no ano passado. Destaque para o setor de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias, com queda de 16,8% - reflexo da contração de praticamente 90% dos produtos abrangidos pela pesquisa e produzidos por esta atividade. Também vale destacar as fortes contrações dos segmentos de Produtos de Metal (-9,8%), Metalurgia (-7,4%), Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (-7,2%), Máquinas e Equipamentos (-5,9%), Produtos de Borracha e de Material Plástico (-4,0%), Outros Produtos Químicos (-3,6%) e Produtos Alimentícios (-1,4%). Já as atividades que exibiram contribuição positiva em 2014 foram: Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos (3,8%), Coque, Produtos Derivados do Petróleo e Biocombustíveis (2,4%), Fabricação de Produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos (2,1%), Produtos de Limpeza, Cosméticos, Perfumaria e de Higiene Pessoal (0,9%) e Bebidas (0,8%).

    A PIM-PF ainda registra que em 2014 foi visto queda na produção em todas as categorias de uso avaliadas. A produção de bens de capital apresentou queda de 9,6% ano passado, explicada pela forte retração dos equipamentos de transportes (-16,6%) e ficando em linha com a esperada contração dos Investimentos (FBCF) no ano. Por sua vez, os bens de consumo duráveis (-9,2%) também exibiram forte recuo em 2014, influenciado pela menor produção de automóveis (-14,6%). Além destas, bens intermediários (-2,7%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-0,3%) também recuaram no período.

    Em suma, a produção industrial brasileira exibiu forte queda em dezembro, influenciada principalmente pelo expressivo recuo da categoria de bens de capital. Ainda, o perfil disseminado de contração entre as atividades refletiu o baixo dinamismo do setor. Na base trimestral, por sua vez, o desempenho negativo da produção da indústria de transformação entre outubro e dezembro reforçou a expectativa de declínio do PIB no período.

    Os resultados da produção física da indústria ao longo de 2014 mostraram a fragilidade do setor em meio a um cenário econômico bastante adverso. A piora da atividade industrial esteve em linha com a fraqueza dos investimentos e a desaceleração do consumo doméstico no ano passado. Dentre outros fatores, os níveis muito deprimidos da confiança do empresariado, os grandes volumes de estoques e a crise econômica argentina, importante demandante dos bens manufaturados brasileiros, explicaram o comportamento ruim da produção do setor.

    O quadro econômico de 2015 deverá impor muitos desafios à indústria brasileira. Por um lado, ajustes domésticos como o reequilíbrio das contas públicas e o realinhamento de preços administrados tendem a ser contracionistas sobre a atividade, ainda mais no cenário de elevação das taxas de juros. Por outro, o comércio mundial não apresentará uma retomada vigorosa, com destaque à continuidade da delicada situação por que passa a economia argentina. Além disso, os riscos crescentes de racionamento de água e energia elétrica e os desdobramentos das investigações de corrupção na Petrobrás também compõem o cenário negativo para a economia brasileira em 2015, sobretudo à indústria de transformação.

    Balança Comercial registra déficit de US$ 3,174 bilhões em Janeiro

    Ontem (02/02), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os dados relativos à balança comercial brasileira para janeiro de 2015. De acordo com a publicação, o saldo comercial ficou negativo em US$ 3,174 bilhões no mês, após ter aferido saldo positivo de US$ 293,0 milhões em dezembro, ao passo que em janeiro de 2014 a balança foi deficitária em US$ 4,0 bilhões. O saldo negativo foi influenciado pela queda das exportações, que atingiu o volume de US$ 13,704 bilhões em janeiro ante US$ 17,491 bilhões em dezembro. Vale ressaltar que o menor desempenho das exportações no início deste ano foi impactado pelo período de férias coletivas e entressafras. Já as Importações resultaram em US$ 16,878 bilhões no primeiro mês do ano, frente a US$ 17,198 bilhões no mês precedente.

    Em janeiro, as exportações por fator agregado alcançaram os seguintes valores: produtos básicos (US$ 5,849 bilhões), manufaturados (US$ 4,966 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,474 bilhões). Quanto as importações, destaque para matérias-primas e intermediários (US$ 7,714 bilhões), bens de capital (US$ 4,063 bilhões), bens de consumo (US$ 2,840 bilhões) e combustíveis e lubrificantes (US$ 2,261 bilhões). Todas as categorias, tanto das exportações quanto importações, exibiram recuo frente as médias diárias de dezembro/14 e janeiro/14.

    Por fim, os principais destinos dos produtos brasileiros em janeiro foram: Estados Unidos (US$ 1,975 bilhão), China (US$ 1,345 bilhão), Argentina (US$ 852,0 milhões), Países Baixos (US$ 772,0 milhões) e Alemanha (US$ 444 milhões). Por outro lado, os países que apresentaram a maior parcela das origens das importações brasileiras foram: China (US$ 3,703 bilhões), Estados Unidos (US$ 2,542 bilhões), Alemanha (US$ 901,0 milhões), Argentina (US$ 783,0 milhões) e Coréia do Sul (US$ 612,0 milhões).

    PMI industrial brasileiro cresce em janeiro

    A HSBC/Markit divulgou nesta segunda-feira (02/09) o Índice de Gerente de Compras (PMI) da indústria do Brasil. De acordo com a leitura, o indicador do setor atingiu 50,7 pontos, ante 50,2 pontos em dezembro.

    Nesta avaliação constatou-se uma melhora concentrada na categoria de bens de consumo, com a segunda alta consecutiva no nível de novos pedidos. Há também modesta taxa de crescimento das exportações, acompanhada pelo acréscimo no volume de produção e novos negócios, além da estabilidade no nível de emprego. O crescimento nas compras de insumos contrastou com a redução de estoques no mês, que recuaram pela primeira vez em três meses. Por fim, o relatório também aponta que a maioria das empresas avaliadas relataram grande pressão por parte dos custos, explicando a necessidade de se utilizar os estoques para minimiza-lo.

     
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