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Informativo eletrônico - Edição 1671 Quinta-Feira, 16 de abril de 2015
 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão. Veja os destaques desta edição:

Economia Brasileira

  • Setor de serviços mantem fraco desempenho em fevereiro

    Economia Internacional

  • EUA: Produção industrial recua 0,6% em março
  • Banco Mundial: América Latina deverá crescer apenas 0,8% em 2015
  • The Conference Board: Estudo mensura os impactos dos preços do petróleo na economia mundial

    Dados da Economia Brasileira

  • Setor de serviços mantem fraco desempenho em fevereiro

    De acordo com estudos apresentados hoje (16/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), a receita nominal do setor de serviços apontou crescimento de apenas 0,8%, quando se comparado ao mesmo mês do ano passado, desaceleração frente a alta de 1,8% das receitas em janeiro, em igual métrica de comparação. No primeiro bimestre, as receitas do setor cresceram apenas 1,3%, frente aos dois primeiros meses do ano anterior, lembrando a receita haviam crescido 9,7% no primeiro bimestre de 2014.

    O declínio de dinamismo do setor de serviços na passagem mensal resulta da desaceleração da receita em quatro das cinco atividades que constituem a PMS, a saber: Serviços Prestados as Famílias (de 8,9% para 6,8%); Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares (de 5,4% para 3,6%), Transportes, Serviços Auxiliares dos Transportes e Correios (de 2,1% para -1,9%) e Outros Serviços (de 0,0 para -0,2%). O resultado positivo ficou com a reversão da queda nas receitas do Serviços de Informação e Comunicação (de -1,9% para 0,6%).

    Quanto os resultados regionais, 16 das 27 avaliadas exibiram taxas negativas na comparação de fevereiro de 2015 e o mesmo período de 2014, destacando-se: Mato Grosso (-17,1%), Roraima (-8,6%), Piauí (-6,8%), Maranhão (-6,4%) e Acre (-5,1%). As maiores variações nominais positivas foram registradas em Tocantins (7,9%), Bahia (4,5%) e São Paulo (3,3%). Por sua vez, a receita do setor de serviços do Rio Grande do Norte apresentou estabilidade (0,0%).

    Por fim, na avaliação da receita real do setor, estimado pelo DEPECON/FIESP através do deflator do setor, verificou-se aceleração na queda de -6,4% em janeiro para -7,1% neste segundo mês do ano, ambas na métrica de comparação interanual.

    EUA: Produção industrial recua 0,6% em março

    De acordo com estudos exibidos ontem (15/04) pelo Federal Reserve (FED - Banco Central americano), a produção industrial do Estados Unidos registrou queda de 0,6% na passagem de fevereiro para março, já descontados os efeitos sazonais, devolvendo os ganhos de 0,1% verificados no mês anterior. Com esta leitura, a produção do setor acumulou queda de 1,0% neste primeiro trimestre do ano, frente aos iguais três meses de 2014. Tal queda trimestral é a primeira deste o segundo trimestre de 2009, período da crise internacional.

    Na abertura por subsetores, o recuo de 0,6% da indústria total é explicado pela retração de 5,9% na Indústria de Utilidades (subsetor similar a indústria de serviços industriais de utilidade pública – SIUP, avaliada no Brasil). Além desta, a Indústria Extrativa apresentou redução de 0,7% no terceiro mês do ano, ao passo que a produção da Indústria de Transformação cresceu ligeiramente (0,1%). Todos os dados já estão sazonalmente ajustados.

    Ao se considerar as categorias de uso, a retração de 0,6% entre fevereiro e março na produção de bens de consumo é explicado pelos resultados opostos de suas duas subcategorias. A produção de bens de consumo duráveis cresceu 1,7% no terceiro mês do ano, ao passo que os bens não duráveis recuaram 1,2%. Destaque para o aumento de 3,0% na produção de automóveis na primeira subcategoria, e queda de 0,8% na produção de produtos químicos, na segunda.

    Por fim, quanto ao Nível de Utilização da Capacidade Instalada, a indústria americana viu seu NUCI recuar de 79,0% para 78,4% nesta leitura, puxada essencialmente pela diminuição no setor de Utilidades (de 85,1% para 80,0%), ao passo que a indústria Extrativa (de 85,4% para 84,4%) exibiu queda marginal e a Transformação (77,1%) permaneceu estável.

    Banco Mundial: América Latina deverá crescer apenas 0,8% em 2015

    Ontem (15/04) o Banco Mundial divulgou as suas perspectivas para o crescimento dos países latino-americanos em 2015. Segundo a publicação, é necessário que a América Latina e o Caribe adaptem-se à nova situação no cenário mundial, com destaque a desaceleração do crescimento da China e a estabilização dos preços de commodities em níveis mais baixos. Assim, estima-se que em 2015 a região apresente crescimento média de apenas 0,8%, com expectativa de desaceleração nos próximos anos, caso não sejam implantadas novas reformas estruturais em seus países.

    De acordo com economista-chefe do Banco Mundial, a menos que tais mudanças sejam implementadas, um crescimento vigoroso, tal como ocorreu nos anos 2000, não voltará a se repetir, uma vez que os choques externos causados pela desaceleração da economia chinesa são definitivos.

    Existe maior desaceleração do crescimento dos países exportadores de commodities do que os países importadores de matérias-primas da região. Dentre os exportadores, destaque para a Venezuela, que deve apresentar a maior retração na região (5,3%). O Brasil e a Argentina também devem exibir variações negativas no ano em questão (-0,7% e -0,4%, respectivamente). Vale salientar que países exportadores que apresentaram resultados positivos em 2014, tais como Bolívia, Colômbia e Equador, também serão impactados negativamente em 2015.

    No mais, espera-se que os importadores de commodities tenham uma recuperação mais rápida, devido à queda dos preços das matérias-primas e à recente recuperação econômica dos Estados Unidos. Por outro lado, os exportadores de commodities, como o Brasil, provavelmente apresentarão um maior período de adequação à nova situação de normalidade, dependendo da redução de sua despesa agregada.

    The Conference Board: Estudo mensura os impactos dos preços do petróleo na economia mundial

    Ontem (15/04) o The Conference Board divulgou as suas perspectivas com relação aos impactos dos preços do petróleo no crescimento mundial. De acordo com a publicação, a drástica queda no nível dos preços do petróleo em 2014 pode ter impactos duradouros no cenário econômico mundial, uma vez que, apesar do crescimento mundial manter-se praticamente estável, foram constatadas mudanças significativas na conjuntura econômica dos grandes importadores e exportadores de petróleo. Assim, o estudo busca analisar como as principais economias do mundo reagiram às recentes quedas dos preços do petróleo em termos de crescimento econômico, além de suas perspectivas para os próximos seis meses.

    Segundo economista-chefe do The Conference Board, em se tratando das economias importadoras de petróleo, constatou-se benefícios em termos de aceleração do crescimento, mas os efeitos mais positivos desse movimento provavelmente já ocorreram. A perspectiva para os próximos seis meses dependerá do nível de produção mundial de petróleo.

    Dentre os impactos positivos da queda dos preços do petróleo, destacam-se: O aumento da renda real dos consumidores, que se beneficiam desse movimento: nos Estados Unidos, por exemplo, a queda dos preços do petróleo impactou positivamente o PIB entre o terceiro trimestre de 2014 e o primeiro trimestre de 2015 (0,4 p.p.), além de causar um efeito positivo no mercado de trabalho americano. Por sua vez, com a desvalorização do euro e o arrefecimento no cenário macroeconômico, a redução dos preços do petróleo causou efeitos positivos na Europa, mas em menor proporção do que nos EUA. Vale descartar também que a queda no preço dessa commodity abriu espaço para o aumento dos impostos nos preços da gasolina da China, aumentando a receita do governo.

    Já em se tratando dos principais impactos negativos, os destaques são: Uma queda de 0,4 p.p. no PIB canadense ao final de 2015, em comparação com uma economia em que os preços do petróleo chegam a US$ 100 por barril. Além disto, também verificou-se fortes efeitos negativos em economias predominantemente exportadoras de petróleo, tais como Rússia e Venezuela.

    Por fim, o estudo apresenta quatro possíveis cenários até o fim de 2017: O primeiro é a estabilização dos preços do petróleo entre US$ 50 e US$ 65, no qual o crescimento global permaneceria estável, com efeitos positivos sobre a renda dos consumidores e economias importadoras de petróleo. O segundo cenário, ocasionado pelo aumento da produção do petróleo, é da queda dos preços do petróleo abaixo de US$ 40 por barril, no qual existiria grande instabilidade advinda dos grandes produtores de petróleo e que seria propagada aos países próximos, anulando os efeitos positivos da queda dos preços. No terceiro cenário, os preços do petróleo acima de US$ 75 por barril são reflexo do crescimento global acima do esperado, em conjunto com o aumento da demanda por petróleo e corte da produção mundial. Por fim, o quarto cenário espera um expressivo aumento dos preços do petróleo (US$ 110) seguido de uma nova queda (abaixo de US$ 60), ocasionado por cortes excessivos na produção, de maneira que os altos preços iniciais, em conjunto com a baixa oferta, reprimem o crescimento global, causando, em última análise, o colapso da demanda por petróleo.

     
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