

IBGE: Taxa de desemprego chega a 6,9% em maio
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (23/07) a sua Pesquisa Mensal do Emprego (PME). De acordo com a publicação, a taxa de desemprego do país subiu para 6,9% no mês de junho, registrando alta em relação ao resultado do mês anterior (6,7%) e de igual período do ano precedente (4,8%). Essa é a maior taxa para meses de junho desde o ano de 2010 (7,0%). Vale ressaltar que na série dessazonalizada pelo Depecon/FIESP, a taxa de desemprego chegou a 6,5%.

Tal resultado decorre, principalmente, da alta de 44,9% da População Desocupada brasileira na passagem interanual, chegando a cerca de 1,7 milhões em junho. Já a População Economicamente Ativa (PEA) chegou ao nível de 24,5 milhões, avançando apenas 0,9% na mesma base comparativa. Na passagem mensal, tais variações foram de 3,3% e 0,1%, respectivamente.
Dentre as seis regiões abrangidas pela pesquisa, todas apresentaram taxa de desemprego acima do registrado no mesmo mês do ano imediatamente anterior. Destaque para Salvador (de 9,0% para 11,4%), seguido por Recife (de 6,2% para 8,8%), São Paulo (de 5,1% para 7,2%), Porto Alegre (de 3,7% para 5,8%), Belo Horizonte (de 3,9% para 5,6%) e Rio de Janeiro (de 3,2% para 5,2%).
No mais, em maio o rendimento médio real habitual dos trabalhadores apresentou queda de 2,9% na comparação com o mesmo mês do ano anterior (de R$ 2.212,87 para R$ 2.149,00), reafirmando o processo de deterioração do poder de compra do trabalhador.

Déficit em transações correntes diminui em junho
Nesta quarta-feira (22/07) o Banco Central divulgou os resultados de junho das contas do setor externo. Na leitura em questão, a conta de transações corrente registrou um déficit de US$ 2,5 bilhões, acumulando um saldo negativo de US$ 38,28 bilhões nos primeiros seis meses do ano (abaixo do déficit verificado em igual período do ano passado – de US$ 49,97 bilhões. Assim, a conta já acumula déficit de US$ 93,05 bilhões nos últimos doze meses, o equivalente a 4,36% (abaixo da leitura do mês passado, de 4,41%, completando o terceiro mês de queda).
O ajuste externo tem sido feito por meio de uma queda das importações – ligado a deterioração da demanda interna – que supera o recuo das exportações. De fato, as exportações atingiram US$ 94,16 bilhões nesse primeiro semestre, representando uma queda de 14,6% em relação a iguais seis meses de 2014, ao passo que as importações (US$ 93,01 bilhões) recuaram 18,3% em igual base comparativa. Assim, o saldo da balança comercial de bens é positivo para a transações correntes (superávit de US$ 1,14 bilhões).
Por sua vez, a conta de serviços também tem mostrado déficit de menor intensidade (US$ 20,55 bilhões no primeiro semestre de 2015, ante US$ 22,73 bilhões em 2014). Tal movimento é explicado pela redução do saldo negativo na conta de viagens internacionais (de US$ 8,85 bilhões em 2014 para US$ 6,99 bilhões em 2015), refletindo o aumento do dólar e a contração da renda interna brasileira, bem como a redução na conta de transportes (de US$ 4,52 bilhões para US$ 3,56 bilhões). Por outro lado, o déficit na conta de aluguel de equipamentos aumento (de US$ 10,24 bilhões para US$ 11,07 bilhões).
A conta de renda (considerando a somatória da conta de renda primaria e secundaria) foi negativa em US$ 18,87 bilhões no primeiro semestre do ano, frente a US$ 23,70 bilhões. Mesmo com o maior volume de remessas para pagamento de juros, a queda nos lucros e dividendos enviados ao exterior derrubou o déficit de tal conta.
Por fim, a conta capital e financeira viu seu déficit acumulado no ano cair de US$ 46,09 bilhões em 2014 para US$ 36,56 bilhões em 2015, com os investimentos em carteira diminuindo de US$ 32,80 bilhões para US$ 27,27 bilhões, e os investimentos diretos no país (IDP, antigo IED) passando de US$ 45,90 bilhões para US$ 30,91 bilhões. Assim, o IPD acumulou US$ 81,86 bilhões nos últimos doze meses, o equivalente a 3,84% do PIB, financiando cerca de 88% do déficit da conta de transações correntes em igual período.



CPB Netherlands: Comércio mundial recua 1,2% em maio
O CPB Netherlands divulgou ontem (22/07) os dados referentes ao comércio mundial para o mês de maio. De acordo com a publicação, já expurgados os efeitos sazonais, o comércio mundial exibiu queda de 1,2% na passagem de abril para maio, refletindo, assim, a retração de 1,6% das importações e do recuo de 0,7% das exportações no mês atual.
Dentre as econômicas desenvolvidas, a contração mostrou-se disseminada. As importações recuaram 1,7% no mês de maio, devido ao impacto negativo advindo do Japão (-3,4%) dos Estados Unidos (-1,5%) e da Zona do Euro (-0,6%). De maneira análoga, a queda de 1,3% das exportações se deu pelas contribuições negativas do Japão (-5,0%), dos Estados Unidos (-1,6%) e da Zona do Euro (-0,8%).
Por sua vez, as economias emergentes também exibiram queda do comércio, mas em menor intensidade do que as economias desenvolvidas. No que tange às importações, a retração de 1,6% advém das quedas na Europa Central e Oriental (-4,7%), na Ásia Emergente (-2,0%) e na América Latina (-0,8%). Já as principais contribuições para a variação de -0,2% nas exportações foram registradas na América Latina (-3,0%) e na Europa Central e Oriental (-2,8%).
Por fim, vale salientar que as economias emergentes têm apresentado uma tendência cadente forte desde o início de 2015, ao passo que as economias desenvolvidas mostraram apenas um ligeiro declínio na ponta. Sendo assim, a contração do fluxo de comércio mundial neste ano decorre, principalmente, da contração advinda dos países emergentes.




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