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Informativo eletrônico - Edição 1874 Quinta-Feira, 03 de março de 2016
 

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Economia Brasileira

  • PIB recuou 3,8% em 2015
  • FIESP/CIESP: Atividade industrial paulista tem alta de 1,3% em janeiro

    Dados da Economia Brasileira

  • PIB recuou 3,8% em 2015

    Na manhã de hoje (03/03), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado final do Produto Interno Bruto (PIB) do ano de 2015. Conforme a publicação, no ano de 2015 o PIB do Brasil registrou retração de 3,8% em relação a 2014, ano em que a economia brasileira ficou praticamente estável (0,1%). O resultado vai de encontro com as projeções divulgadas pelo Depecon/Fiesp (-3,8%) pelo mercado (-3,9%). Vale ressaltar que o resultado atual é a maior queda registrada desde 1990. Para tanto, no quarto trimestre de 2015 o PIB nacional apresentou queda de 1,4%, considerando a série com ajuste sazonal. Trata-se da quarta queda consecutiva seguindo nessa base de comparação.

    Na Ótica da Oferta, a queda da indústria (-1,4%) foi composta por resultados negativos de dois subsetores, sendo: a Extrativa Mineral (-6,6%), com a maior queda trimestral desde 4º Tri/08, e a Indústria de Transformação (-2,5%) chegando a nona queda trimestral em dez leituras. Por sua vez, a indústria de Construção Civil (0,4%) e a de Serviços Industriais de Utilidade Pública (1,7%) apresentaram avanço no último trimestre do ano passado.

    Por sua vez, o PIB do setor de Serviços apresentou queda de 1,4% no quarto trimestre, chegando a quarta queda seguida – situação inédita na história recente das Contas Nacionais Trimestrais. Dentre os subsetores de Serviços, as principais quedas foram verificadas em componentes mais ligados ao ciclo da atividade econômica como Comércio (-2,6%) e Transporte, armazenagem e correio (-1,7%). A Agropecuária exibiu alta (2,9%) no 4ºTri/15. No 3ºTri/15 trimestre, o setor havia recuado 3,0%, precedido de uma queda de 3,6% no 2ºTri/15.

    Pela Ótica da Demanda, o Consumo das Famílias e o Consumo do Governo exibiram queda no 4º Tri/15. Enquanto o primeiro registrou recuo de 1,3% no 4º Tri/2015, em linha com a deterioração do poder de compra dos consumidores, o segundo componente exibiu retração de 2,9% nesta leitura. Cabe pontuar que o consumo das famílias recua pelo quarto trimestre seguido – e assim como o PIB de Serviços, a situação é inédita.

    Por sua vez, a Formação Bruta de Capital Fixo registrou recuo de 4,9% no último trimestre, chegando a uma sequência de nove trimestres de queda em dez leituras, em linha com a deterioração da confiança do empresariado. No setor externo, as Exportações caíram em 0,4% no 4º Tri/2015, após recuo de 2,4% no trimestre anterior. Por sua vez, as Importações caíram 5,9%, a quinta queda seguida e refletindo a deterioração da demanda interna.

    Na análise anual, sob a Ótica da Oferta, o setor de Serviços (-2,7%) apresentou a sua primeira queda anual da séria das Contas Nacionais iniciada em 1996. O resultado reflete a recessão doméstica, com queda da massa real de salários, a alta taxa de desemprego, a queda do crédito e retração da indústria. Dentre os subsetores de Serviços, as maiores variações foram aquelas mais ligados ao ciclo da atividade econômica como Comércio (-8,9%) e Transporte, armazenagem e correio (-6,5%). A Agropecuária, por sua vez, apresentou uma ligeira alta (1,8%), após crescer 2,1% em 2014 e 8,4% em 2013.

    No que tange à Indústria, que apresentou retração de 6,2% em 2015, o único destaque positivo partiu de Indústria Extrativa, cujo crescimento foi de 4,9% na base anual, com o resultado concentrado no primeiro semestre. A Construção Civil por sua vez, apresentou queda de 7,6% após já ter recuado em 2014 (-0,9%). Por outro lado, a Indústria de Transformação apresentou retração de 9,7% em 2015, com resultados ruins em todos as suas atividades, como já antecipada pela PIM-PF (onde a IT recuou 9,9% em 2015). A queda do PIB da IT este ano supera inclusive aquele verificado na crise de 2009 (-9,3%). Já a Serviços de Utilidade Pública acumulou perda de 1,4% no ano.

    Sob a Ótica da Demanda, a despesa de Consumo das famílias apresentou recuo de 4,0% em 2015, interrompendo uma sequência de onze anos consecutivos de expansão. A queda da renda real, a deterioração do mercado de trabalho e a queda do crédito para consumo explicaram grande parte deste resultado. A despesa do Consumo da Administração Pública caiu 1,0%. No que diz respeito à Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), o declínio anual de 14,1% pode ser explicado pela queda da produção doméstica de máquinas e equipamentos e a continua crise na construção civil. A incerteza quanto a economia inibe o investimento por parte do empresário, cuja confiança se encontra em patamares historicamente deprimidos. Por fim, no âmbito externo, as Exportações quanto as Importações registraram as seguintes variações: 6,1% e -14,3%, respectivamente. Assim, o setor externo exerceu impacto positivo na formação do PIB de 2015.

    Assim, se consuma a pior recessão que a economia brasileira enfrentou desde 1990, com fortes impactos nos setores da indústria e no de serviços. As confianças, tanto do consumidor quanto do empresário, ainda em patamares deprimidos dificultam um cenário mais animador para este ano, tendo apenas o setor externo como um vetor positivo.

    FIESP/CIESP: Atividade industrial paulista tem alta de 1,3% em janeiro

    Ontem (02/03) a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) apresentou o resultado de seu Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista. De acordo com a publicação, na série com ajuste sazonal, o INA registrou alta de 1,3% na passagem de dezembro para janeiro, após sete meses consecutivos de queda. Entretanto em relação ao mesmo período de 2015 o indicador apresentou queda de 11,5%.

    O resultado mensal decorre do avanço de 1,6% na variável Horas Trabalhadas na Produção, já que a variável Total de Vendas Reais teve contração de 0,3%, e o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) recuou 0,5 ponto percentual no mesmo período.

    A alta registrada em janeiro não indica reversão da tendência declinante da atividade industrial paulista, devendo os próximos meses registrar resultados fracos como consequência de um cenário adverso e indicadores conjunturais em patamares deprimidos.

     
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    Macro Visão é uma publicação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e
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