
Produção Industrial brasileira apresenta forte queda em agosto
A produção industrial brasileira do mês de agosto registrou queda de 3,8% na comparação com o mês anterior, já levando em consideração os ajustes sazonais, conforme os dados divulgados nesta manhã (04/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF). Após esta leitura, foi interrompida uma sequência de cinco meses consecutivos de resultados positivos, ficando próximo do esperado pelo Depecon/FIESP (-4,0%) e abaixo do estimado pelo mercado (-2,9%). Esta foi a retração mensal mais intensa desde janeiro de 2012 (-4,9%).

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção do setor exibe contração de 5,2%. No acumulado do ano até o mês de agosto, por sua vez, a queda atinge 8,2%, ao passo que em 12 meses a retração já chega a 9,3%.
No mês de agosto houve um predomínio de resultados negativos, alcançando 3 das 4 grandes categorias econômicas e 21 das 24 atividades industriais. Entre as atividades, destacam-se de forma negativa o desempenho dos produtos alimentícios (-8,0%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,4%), sendo que a queda apresentada pelo segundo setor já havia sido antecipada por outros indicadores antecedentes, reflexo das paralizações de diversas montadoras no mês em questão. Já dentre os dois grandes subsetores industrias, a produção da indústria extrativa recuou 1,8%, acompanhado pela retração de 3,6% da indústria de transformação na passagem de julho para agosto.
Entre as grandes categorias econômicas, na comparação com o mês anterior, os bens de consumo duráveis registraram queda de 9,3% e os bens intermediários caíram 4,3%. Já os bens de consumo semi e não-duráveis apresentaram variação de (-0,9%). Em contrapartida, o segmento de bens de capital cresceu 0,4%, sendo a única categoria a registrar resultado positivo neste mês, após recuar 2,1% em julho, mês em que interrompeu seis meses seguidos de crescimento.

A forte retração do mês de agosto já era esperada, mostrando perfil disseminado entre os setores. Dentre as maiores contribuições negativas destaca-se a produção de veículos automotores, que sofreu com as paralizações das montadoras. Por fim, a continuidade do desempenho positivo da confiança da indústria, somada ao processo recente de ajuste de estoque (sobretudo na categoria de intermediários) não sugerem novas quedas desta magnitude.

PMI/Markit: Atividade industrial continua apresentando baixo desempenho em setembro
Ontem (03/10), o HSBC/Markit divulgou o Índice de Gerente de Compras (PMI) da indústria do Brasil referente ao mês de setembro. O relatório aponta manutenção da baixa atividade do setor, embora com uma pequena melhora setembro. O PMI da indústria avançou de 45,7 para 46,0 pontos, já considerando os ajustes sazonais, estando pelo vigésimo mês abaixo dos 50 pontos, o que indica contração.

As empresas apresentaram redução em seu volume de produção e no número de contratações, refletindo o baixo patamar de novos negócios. Quanto ao mercado, tanto o interno quanto o externo apresentaram menor desempenho, com o volume de novos pedidos para exportação caindo pela maior taxa em mais de sete anos.
MDIC: Superávit recorde na Balança comercial em setembro
A Balança Comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,803 bilhões em setembro, segundo relatório divulgado ontem (03/10) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Este foi o maior superávit dos últimos dez anos para o período. Em setembro de 2015, a balança registrou saldo positivo de US$ 2,946 bilhões.
As exportações somaram US$ 15,790 bilhões em setembro, com alta nas vendas de semimanufaturados (19,8%), mas queda nos produtos básicos (-8,6%) e manufaturados (-3,1%) em relação ao mesmo período de 2015. Convêm ressaltar, a elevação de 2,3% nos preços dos produtos exportados, fato que não ocorria desde agosto de 2014.
As importações apresentaram queda de 9,2%, na mesma base comparativa, com forte retração em bens de capital (-28,3%), seguido de combustíveis e lubrificantes (-23,7%), bens de consumo (-10,1%) e bens intermediários (-2,3%). Apesar da contração em todas as categorias, observa-se desaceleração dos índices de queda nos últimos meses.
No acumulado do ano até setembro, a Balança Comercial apresenta superávit de US$ 36,175 bilhões, alta de 249% em relação ao mesmo período do ano passado. Este montante resulta das exportações em US$ 139,361 bilhões e das importações de US$ 103,186 bilhões. No mais, estima-se que o ajuste nas contas externas continue nos últimos meses do ano, aumentando o superávit na Balança Comercial.

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