PIB recuou 0,8% no terceiro trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,8% no terceiro trimestre do ano (já descontadas as influências sazonais), segundo divulgado nesta manhã (30/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado vem em linha com o estimado pelo Depecon/Fiesp (-0,8%) e pelo mercado (-0,9%) e completa uma sequência de sete trimestres consecutivos de retração da economia brasileira.
Na Ótica da Oferta, a queda da indústria (-1,3%) resulta da retração em três de seus subsetores: Serviços Industriais de Utilidade Pública (-0,2%), após quatro trimestres em alta; Construção Civil (-1,7%), sendo esta a quarta queda seguida e a Industria de Transformação (-2,1%), sucedendo dois trimestres em alta. O único destaque positivo partiu da Industria Extrativa Mineral (3,8%), sendo esta a maior alta desde o primeiro trimestre de 2010.
No terceiro trimestre de 2016, o PIB do setor de Serviços apresentou queda de 0,6%, chegando a sétima queda seguida - situação inédita na história recente das Contas Nacionais Trimestrais. Dentre os subsetores de Serviços, as principais quedas continuam sendo verificadas em componentes mais ligados ao ciclo da atividade econômica como Transporte, armazenagem e correio (-2,6%), Intermediações financeiras e seguros (-0,6%) e Comércio (-0,5%).
Por sua vez, uma nova queda foi observada na Agropecuária (-1,4%), superior ao do trimestre passado (-0,8%), mas inferior a apresentada no 1º trimestre do ano (-3,7%).
Pela Ótica da Demanda, todos os componentes apresentaram contração no período em questão. Consumo das Famílias caiu pela sétima vez consecutiva (-0,6%), confirmando a forte deterioração do poder de compra dos consumidores. Já Consumo do Governo exibiu ligeira queda entre julho e setembro (-0,3%), após estabilidade no trimestre passado.
Após registrar alta de 0,5% no 2º trimestre do ano, quebrando uma sequência de dez leituras em retração, Formação Bruta de Capital Fixo voltou a cair (-3,1%), em linha com a estabilização da retomada da confiança do empresário.
No setor externo, enquanto as Exportações caíram 2,8% no 3º Trimestre, as Importações recuaram 3,1%. No trimestre imediatamente anterior, variaram, respectivamente, -2,8% e -3,1%.
No mais, o cenário econômico brasileiro mostra-se mais resiliente à retomada. As confianças, tanto do consumidor quanto do empresário, ainda em patamares deprimidos dificultam um cenário mais animador e sugerem que a recuperação deve ocorrer de forma mais lenta e gradual ao longo de 2017.
FGV: Confiança industrial sobe em novembro
Nesta manhã (30/11) a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o resultado final do Índice de Confiança da Indústria (ICI) referente ao mês de novembro. Segundo a leitura, o índice registrou alta de 0,5%, passando de 86,6 para 87,0 pontos (ajustados sazonalmente). No mês passado, o índice havia recuado 1,8%.
Ambos os componentes do índice registraram alta na passagem mensal. O Índice da Situação atual (ISA) subiu 0,2% (de 84,9 para 85,1 pontos) e o Índice de Expectativa (IE) apresentou expansão de 0,6% (de 88,4 para 88,9 pontos) no mesmo período.
Com relação ao Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), o relatório aponta alta de 0,3p.p. em novembro, chegando ao nível de 74,0%, ante 73,7% na leitura precedente.
Por fim, as oscilações do indicador nos últimos meses sugerem que o ambiente de incertezas permanece e que a retomada da atividade pode demorar mais para ocorrer.
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