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Informativo eletrônico - Edição 1665 Quarta-Feira, 08 de abril de 2015
 

Prezado leitor,

Você está recebendo o Macro Visão. Veja os destaques desta edição:

Economia Brasileira

  • IPCA acumula alta de 8,13% em 12 meses
  • IGP-DI acelera para 1,21% em março
  • ANFAVEA: Produção de veículos recua 2,2% em março

    Economia Internacional

  • Markit: PMI Global acelera em março

    Dados da Economia Brasileira

  • IPCA acumula alta de 8,13% em 12 meses

    O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revelou alta de 1,32% em março, de acordo com dados apresentados hoje (08/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA constatou significativa elevação frente o segundo mês do ano (1,22%). No acumulado em doze meses, verificou-se alta de 8,13% no índice, maior variação nesta base comparativa desde dezembro de 2003 (9,3%), e ficando muito acima do teto da meta de inflação estipulada pelo Banco Central (6,50%).

    Na avaliação pelas classes de despesa, apenas três dos nove grupos analisados apresentaram aumento da inflação para o mês. O principal destaque de março foi a classe de Habitação (de 1,22% para 5,29%), que contribuiu com 0,79 p.p. no resultado atual, uma vez que o aumento está nos reajustes extraordinário aplicados nas tarifas de energia elétrica (em média 22,08%), somado ao fato do crescimento no valor das bandeiras Tarifárias (bandeira vermelha de R$ 3,00 para R$ 5,50), impactando em 0,71p.p. o IPCA geral. Por sua vez, o grupo de Alimentos e Bebidas (de 0,81% para 1,17%) contribuiu com 0,29 p.p., com forte influência da cebola e ovos (alta de 15,10% e 12,75%, respectivamente). Ainda contribuíram positivamente no índice este mês as seguintes classes: Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,60% para 0,69%) e Vestuário (de -0,60% para 0,59%).

    No que tange aos grupos que exibiram desaceleração no período, a classe Transportes (de 2,20% para 0,46%) exibiu arrefecimento explicada pela descompressão dos preços dos combustíveis, e contribuiu com 0,09 p.p. em março. Além deste, a classe Educação (de 5,88% para 0,75%), Artigos de Residência (de 0,87% para 0,35%) e Despesas Pessoais (de 0,36% para 0,18%) também exibiram menor crescimento dos preços em março. Por fim, foi avaliado nova queda nos preços da Comunicação (de -0,02% para -1,16%), explicada pela deflação nas tarifas para telefone fixo (-4,13%).

    Analisando o IPCA sob outra ótica, os preços livres declinaram na passagem de fevereiro para o março (de 0,88% para 0,70%), apontando alta de 6,60% no resultado acumulado em doze meses. No entanto, os preços administrados aceleraram no período (de 2,37% para 3,36%), apresentaram alta de 13,35% na variação acumulada em doze meses, mantendo sua tendência ascendente.

    Na abertura dos preços administrados, nota-se que o principal impacto foi constatado nos preços da Energia Elétrica Residencial, com contribuição de 0,71 p.p. do IPCA de março. Também registraram forte impacto dentre os preços administrados os grupos de Gasolina (+0,05 p.p) e Ônibus Urbano (+ 0,02 p.p.). No resultado geral, os preços administrados foram responsáveis por cerca de 0,78 p.p. do aumento nesta leitura.

    Por fim, dentre as treze Regiões Administrativas avaliadas pela pesquisa, oito constataram inflação acima da média nacional, com destaque para Porto Alegre (1,81%) e Campo Grande (1,79%). A menor variação foi constatada em Recife (0,56%), seguida por Belém (0,58%). Já São Paulo mostrou aceleração no período (de 1,25% para 1,31%), acumulando alta de 7,83% em doze meses. Em mesma base comparativa, temos o Rio de Fevereiro exibiu aceleração na passagem mensal (de 1,19% para 1,35%), acumulando elevação de 9,11% em doze meses, a terceira mais alta dentre as regiões analisadas.

    IGP-DI acelera para 1,21% em março

    O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) exibiu variação de 1,21% no mês de março, de acordo com os dados divulgados hoje (08/04) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Assim, o índice mostra aceleração frente a leitura de fevereiro, quando avançou 0,53%. No resultado acumulado em doze meses, a variação do índice chegou a 3,46%. A principal contribuição do resultado neste mês é advinda dos preços ao produtor.

    O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) – o qual representa 60% do IGP-DI – apresentou alta de 1,24% no mês de março, acelerando fortemente em relação ao mês de fevereiro (0,41%). Na abertura por estágio de processamento, destaque para o grupo de Matérias-Primas Brutas (de -0,39% para 2,34%), refletindo a alta expressiva no preço das commodities Soja (de -0,84% para 8,66%) e Minério de Ferro (de -2,24% para 2,23%). Já o grupo de Bens Intermediários apresentou variação de 1,07%, ante 0,18% no mês anterior, reflexo da variação do subgrupo Materiais e Componentes para a Manufatura (de -0,35% para 1,45%). O grupo de Bens Finais, por sua vez, variou 0,54% em março, frente taxa de 1,28% no mês imediatamente anterior.

    Na avaliação por origem de processamento, a aceleração atual é proveniente da grande contribuição positiva dos preços dos produtos agropecuários (de 1,12% para 2,10%), enquanto que a taxa de variação dos preços de produtos industriais mostrou-se crescimento de menor intensidade (de 0,13% para 0,90%).

    O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) – que corresponde a 30% do IGP-DI – registrou variação de 1,41% em março, ante 0,97% no mês anterior. Dentre as oito classes de despesa abrangidas pela pesquisa, três exibiram aceleração: Habitação (de 0,90% para 3,71%); Alimentação (de 0,77% para 1,02%); e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,63% para 0,70%). Por outro lado, houve desaceleração nos seguintes grupos: Transportes (de 2,52% para 0,67%); e Despesas Diversas (de 1,16% para 0,61%). O grupo de Educação, Leitura e Recreação passou a exibir variação positiva na leitura atual (de -0,02% para 0,44%), ao passo que foi registrada deflação nos grupos de Vestuário (de 0,11% para -0,33%) e Comunicação (de 0,27% para -0,07%).

    Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) – que representa 10% do IGP-DI – exibiu taxa de variação de 0,62%, acelerando frente o constatado no mês imediatamente anterior (0,31%). O subitem Materiais, Equipamentos e Serviços apresentaram alta de 0,73%, enquanto o custo da Mão de Obra cresceu 0,53% no mês em questão. Em fevereiro, as variações destes subitens foram de 0,42% e 0,21%, respectivamente.

    ANFAVEA: Produção de veículos recua 2,2% em março

    De acordo com a leitura apresentada ontem (07/04) pela ANFAVEA, a produção de veículos sofreu queda 2,2% na passagem de fevereiro para março, já descontados os efeitos sazonais, totalizando 237 mil unidades produzidas, montante inferior registrado no mês anterior (243 mil). A métrica aponta uma tendência de declínio, já que assim como este mês, o mês antecedente já havia constatado recuo de iguais 2,2%. Com isto, o mês de março completa o sexto mês seguido de retração da produção nacional de autoveículos.

    Dentre as categorias, destaque para a queda de 3,14% na produção de Automóveis, categoria responsável pelo maior volume da produção (superior a 75% do total), bem como a menor produção verificada para os caminhões (-16,4%). Em contraponto, temos uma importante melhora na categoria de Comerciais leves com elevação 4,38% na passagem mensal realizado os devidos ajustes sazonais, como também a participação dos Ônibus sinalizou um crescimento de 2,16%.

    No trimestre deste ano verificou-se redução em 16,4% na produção, frente a igual período do ano anterior. Destaque para a expressiva queda na produção de Caminhões (-49,3%), bem como a diminuição aferida em automóveis (-15,8%).

    OPor fim, as vendas de autoveículos apresentou decréscimo de 2,4% entre fevereiro e março, após ajustes sazonais. Reflexo do declínio de 2,9% nas vendas dos produtos nacionais e de recuo em 0,6% de produtos importados. Na mesma linha, temos as exportações, que exibiram uma diminuição de 14,0% na passagem mensal, justificado em grande medida pela queda das vendas de Automóveis e Comerciais Leves (-1,0% e -3,1%), respectivamente. Diante deste cenário, de menor volume nas vendas no mercado interno e externo, observou-se um leve aumento de 0,1% no nível de estoques em março.

    Markit: PMI Global acelera em março

    Ontem (07/04) o Instituto Markit e o banco J.P. Morgan apresentaram o resultado de seu Índice de Gerência de Compras (PMI) Global Composto referente ao mês de março. Na passagem mensal, o índice avançou de 53,9 pontos para 54,8 pontos, indicando aceleração do ritmo expansionista da atividade econômica mundial. Essa é o trigésimo resultado consecutivo em que índice registra crescimento. Vale salientar que leituras acima de 50,0 pontos indicam expansão da atividade econômica.

    Dentre os PMI Compostos das economias emergentes, destaque para o recuo expressivo do índice relativo ao Brasil (Macro Visão 1664), ao passo que a Rússia continua exibindo retração, apesar da recente desaceleração (de 44,7 pontos para 46,8 pontos). A China, por sua vez, exibiu índice de 51,8 pontos, mantendo a expansão de sua atividade econômica no mesmo nível do mês anterior (51,8 pontos).

    No que tange às economias desenvolvidas, os resultados predominantemente expansionistas dos países-membros da Zona do Euro, tais como Irlanda (59,8 pontos), Espanha (56,9 pontos), Alemanha (55,4 pontos), Itália (52,4 pontos) e França (51,5 pontos), influenciou positivamente o índice relativo ao bloco, o qual alcançou o maior patamar dos últimos onze meses (Macro Visão 1664). O PMI Composto dos Estados Unidos também registrou forte expansão da atividade econômica no mês de março (59,2 pontos).

    Segundo o diretor de economia global do J.P. Morgan, o resultado positivo do índice sinaliza que a economia global deverá apresentar aceleração de seu crescimento no primeiro trimestre de 2015, sendo este sustentado, em parte, pelo fortalecimento do mercado de trabalho e de novas encomendas.

    No mais, também foi divulgado hoje (08/04) pelo Instituto Markit e pelo HSBC o resultado para o mês de março do Índice de Mercados Emergentes (EMI), indicador mensal derivado dos PMI Compostos dos países deste grupo. De acordo com a publicação, o EMI passou de 51,9 pontos em fevereiro para 51,6 pontos em março, existindo, assim, desaceleração da atividade econômica dos países emergentes.

    De acordo com economista-chefe do Instituto Markit, o resultado atual do índice sinaliza que os países emergentes mantêm a sua economia arrefecida no primeiro trimestre de 2015, indicando que seu atual desempenho está abaixo do que tem sido registrado pelos países desenvolvidos. Dentre os BRIC, o recuo expressivo do PMI Composto brasileiro é um dos resultados mais preocupantes de março, uma vez que existem fortes indícios de um cenário de recessão no país.

     
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