

FGV: Preços ao produtor pressiona IGP-10
Na manhã de hoje (16/10), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o Índice Geral de Preços- 10 (IGP-10) referente ao mês de outubro. De acordo com a publicação, o índice variou 1,88% em outubro ante 0,61% no mês de setembro, ficando também muito acima do verificado em igual mês do ano anterior, quando o IGP apresentou variação de 0,02%. A taxa acumulada no ano, até o mês atual, é de 7,88%. No que tange 12 meses, o IGP-10 saltou de 7,82% para 9,83%.
Com relação ao Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), a variação foi de 2,62% em outubro, em setembro a variação foi de 0,82%. Na abertura por estágios de processamentos, os bens finais apresentaram inflação de 1,47% em outubro, contra 0,10% em setembro. O índice do grupo Bens Intermediários apresentou variação de 2,15%, forte aceleração diante de setembro (0,94%). Já as Matérias-Primas Brutas (de 1,56% para 4,62%) apresentaram a maior variação no período.
Na abertura do IPA por origem de processamento, o avanço neste mês teve contribuição positiva tanto dos preços agropecuários (de 1,35% para 3,94%) quanto industriais (de 0,61% para 2,12%). Tais setores já acumulam alta de 15,39% e 8,50% em doze meses, respectivamente, levando a dinâmica do IPA em doze meses (10,36%) superar o IPC (9,50%).

Quanto ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a variação registrada foi de 0,59% em outubro, ante 0,15% em setembro. Das oito classes de despesas que compõem o índice, cinco registraram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para grupo Alimentação (-0,33 para 0,58%), nesta mesma classe de despesa vale destacar o comportamento do item hortaliças e legumes (-12,14% para -7,18%).
Além da classe já mencionada, também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Habitação (0,33% para 0,67%), Transportes (0,36% para 0,75%), Vestuário (-0,14 para 0,73%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,02% para 0,47%). Com relação aos grupos que apresentaram decréscimo em suas taxas de variação em outubro, estão: Saúde e Cuidados Pessoais (0,65% para 0,52%), Comunicação (0,36% para 0,19%) e Despesas Diversas (0,21% para 0,08%).
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou desaceleração nesta leitura, passando de 0,36% para 0,23%, refletindo a estabilidade nos custos com Mão de Obra (de 0,40% para 0,00%), ao passo que os custos com Materiais, Equipamentos e Serviços (de 0,32% para 0,50%) aumentaram no período.
Em suma, o IGP segue pressionado, desta vez com contribuições fortes do IPA, superando inclusive as fortes pressões inflacionarias do IPC, denotando que a inflação brasileira se mostra de forma disseminada tanto ao consumidor, quanto ao produtor.

Banco Central: piora da atividade econômica em agosto
Na manhã desta sexta-feira (16/10) o Banco Central divulgou seu Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador equivalente a uma proxy mensal do PIB. No mês de agosto, já descontadas as influências sazonais, o indicador recuou 0,76%, após estabilidade no mês anterior. Este resultado surpreendeu negativamente as expectativas do mercado (-0,6%).
O resultado atual reflete a contração em agosto tanto da produção industrial (-1,2%, Macro Visão 1784) quanto do comércio varejista em seu conceito ampliado (-2,0%, Macro Visão 1791), ambas as pesquisas mostrando forte perda na produção e venda de veículos automotores.

Já na comparação interanual, o índice apresentou retração de 4,85%, acelerando ante o resultado verificado no mês precedente (-3,75%). No acumulado de janeiro a agosto, em relação ao mesmo período do ano anterior, o IBC-Br recuou 3,02%, ao passo que, em doze meses, constatou-se queda de 2,28%.
Por fim, a continuidade da queda da confiança tanto do empresário como do consumidor reforçam o cenário de difícil recuperação no curto prazo e reforça a expectativa de queda do PIB no terceiro trimestre.


Zona do Euro: Região volta para a deflação em setembro
Na manhã de hoje (16/10) o Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da Zona do Euro. Após variação acumulada de 0,1% nos doze meses findos em agosto, a região registrou deflação de 0,1% em setembro, voltando ao cenário deflacionista após cinco meses de variações positivas. Para fins de comparação, no mês de setembro de 2014 a alta dos preços na região chegou a 0,3%. Já no índice exclusos os preços de energia, a inflação chegou a 1,0%.
Dentre os itens que registraram maior impacto inflacionista, destaque para vegetais (7,5%), tabaco (3,3%) e restaurantes e cafés (1,5%), enquanto que os principais destaques negativos advêm de óleos (-27,5%) combustível para transportes (-14,2%), e leite, queijo e ovos (-2,7%).

No que tange aos países membros do bloco, dezessete participantes apresentaram taxas negativas, com destaque para a deflação registrada no Chipre (-1,9%), Espanha (-1,1%) e Eslovênia (-1,0%). Já Malta (1,6%), Bélgica (0,9%) e Portugal (0,9%) apresentaram as maiores variações positivas.
Assim, em decorrência principalmente da queda no preço do petróleo, a deflação tende a ser persistente na Zona do Euro, apesar dos estímulos da política monetária adotada pelo Banco Central Europeu (BCE) a partir de março de 2015 e que pode permanecer por tempo acima do esperado (ou seja, além de setembro de 2016).






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